Em discurso na 3ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo América do Sul–Países Árabes (Aspa), a presidente Dilma Rousseff argumentou nesta terça-feira (02/10) que o programa nuclear iraniano deve ter, obrigatoriamente, apenas fins pacíficos.
Segundo ela, se for comprovada, a produção de armas pelo iranianos deve ser interpretada como “violação” às resoluções da Organização das Nações Unidas e com “gravíssimas consequências para a humanidade”.
Para a comunidade internacional, o programa nuclear do Irã é uma ameaça ao mundo porque há o enriquecimento do urânio para fins não pacíficos. As autoridades iranianas negam irregularidades e informam que não há produção de armas no país. No entanto, o Irã é alvo de uma série de sanções econômicas, comerciais e financeiras.
A AIEA (Agência Internacional de Energia Nuclear), órgão ligado às Nações Unidas, critica as dificuldades de fiscalização das usinas e do programa nuclear iraniano. Porém, está em curso uma articulação para que um grupo de inspetores verifique as instalações nucleares iranianas nos próximos meses.
Dilma também comentou sobre as mudanças decorrentes da Primavera Árabe. “O mundo árabe vive profundas mudanças, que exprimem anseios universais, como [o desejo de] justiça social e liberdade”, disse a presidente, lembrando que a história recente na América do Sul mostra que os países da região também viveram “processos semelhantes e luta política e inclusão social”.
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Como na Assembleia Geral das Nações Unidas, Dilma criticou a onda de violência na Síria, que completa 19 meses, e cobrou providências do governo do presidente do país, Bashar Al Assad, e da oposição. “Estamos conscientes que a maior responsabilidade recai sobre o governo de Damasco. Mas sabemos também das responsabilidades das oposições armadas, que contam com o apoio militar e logístico estrangeiro”, disse.
Sobre a crise econômica mundial, a presidente repetiu as críticas às medidas protecionistas e defendeu a cooperação entre os países árabes e sul-americanos como solução.
Também estão presentes à cúpula os presidentes Juan Manuel Santos (Colômbia), que vai se submeter a uma cirurgia para a retirada de um tumor maligno na próstata nesta quarta-feira, Rafael Correa (Equador) e Evo Morales (Bolívia), que usaram camisas e paletós tradicionais de seus povos, além de José Pepe Mujica (Uruguai) e Cristina Kirchner (Argentina).
(*) com Agência Brasil