O assassinato de dois estudantes em Honduras chamou atenção para o crescimento de milícias policiais, integradas por policiais envolvidos com o crime organizado. Em 4 de novembro, 176 policiais foram presos em uma operação e o governo anunciou nesta terça-feira (08/11) que criará uma unidade especial para apurar as denúncias.
Foi definido que “o Poder Executivo, a Universidade Nacional Autônoma de Honduras (UNAH), a sociedade civil, e o Congresso Nacional, irão formar uma unidade técnica” para avaliar os esforços e para “seguir apurando os órgãos de direito”, disse o presidente do Congresso hondurenho, Juan Hernandez.
O filho da reitora da UNAH, Julieta Castellanos, foi um dos jovens assassinados em 22 de outubro. Castellanos liderou uma investigação independente que encontrou evidências de envolvimento da polícia no crime. Além disso, foi revelado que unidades inteiras da polícia hondurenha funcionam como cartéis de drogas, praticando sequestros, roubo de carros e assassinatos.
“O Congresso Nacional está pronto para entregar esta unidade técnica. Juízes, promotores, militares, policiais serão observados em suas performances”, afirmou Hernandez. Ele disse que vai procurar “consultoria internacional” para definir estratégias para combater a corrupção nas instituições, para remover “maçãs podres”.
Honduras tem a maior taxa de homicídios do mundo: 82,1 para cada 100 mil habitantes, seguido por El Salvador com 66, de acordo com o primeiro estudo abrangente de homicídios no UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime), divulgado em outubro. A iolência cotidiana mata 20 pessoas por dia, 47% delas jovens entre 15 e 29 anos.
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