A Rússia solicitou neste domingo (13/12) que a Turquia pare de fazer “provocações” contra forças russas em regiões próximas à Síria, onde os dois países atuam militarmente. Segundo o governo da Rússia, na manhã deste domingo um navio de guerra russo disparou tiros de alerta a um navio pesqueiro turco para evitar uma colisão entre as duas embarcações. O incidente ocorreu no mar Egeu, situado entre a Turquia e a Grécia.
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Navio militar russo Smetlivy e barco pesqueiro turco sem nome ficaram próximos de colidir na manhã deste domingo (13/12) no mar Egeu
Em nota, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que convocou a diplomacia turca em Moscou para conversar a respeito do episódio. “Demos uma explicação firme ao diplomata turco sobre as consequências potencialmente desastrosas das ações de Ancara em relação ao contingente militar russo que luta contra o terrorismo na Síria”, diz o comunicado.
“Em particular, transmitimos nossas profundas preocupações sobre mais provocações turcas em relação ao navio Smetlivy”, declarou o Ministério. Segundo a versão de Moscou, o navio russo não conseguiu entrar em contato com o barco turco via rádio, nem através de sinais ou luzes. Após o disparo dos tiros de alerta, a embarcação turca mudou o curso rapidamente, a cerca de apenas 500 metros do Smetlivy.
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O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, disse que Ancara estava investigando o caso não iria se manifestar até analisar o ocorrido. Ele afirmou que é do interesse da Turquia resolver os problemas com a Rússia. “Nós queremos resolver a tensão com diálogo”, declarou à emissora turca TRT Türk.
Os dois países vivem uma crise diplomática, após a Turquia abater um caça russo nas proximidades da Síria no final de novembro. Segundo Ancara, o avião havia violado o espaço aéreo turco, o que é negado por Moscou.
Os presidentes dos dois países fizeram declarações firmes após o episódio. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, exigiu um pedido de desculpas oficial, decretou sanções econômicas à Turquia e afirmou que Ancara derrubou o avião russo para preservar o suposto comércio de petróleo com o Estado Islâmico. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que recebeu apoio dos Estados Unidos na questão, se recusou a pedir desculpas, defendeu que a Turquia comunicou devidamente o avião antes de atacá-lo e que Ancara apenas cumpriu seu papel.