Em seu primeiro discurso na 73ª Assembleia Geral da ONU, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, denunciou nesta quarta-feira (26/09) a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que a “decisão de impedir o povo de votar no líder mais popular do Brasil” foi motivada por “fins políticos”.
“Denunciamos a prisão para fins políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a decisão de impedir o povo de votar e eleger o líder mais popular do Brasil para a presidência”, disse.
Durante a fala, o presidente fez menção aos antigos líderes do país, Fidel Castro, Ernesto “Che” Guevara, Raúl Castro , além de direcionar críticas ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizendo que a administração do republicano faz uma “retórica agressiva” e que “subverte o sistema político, econômico, social e cultural” da ilha.
“O governo dos Estados Unidos mantém uma retórica agressiva em relação a Cuba e uma política destinada a subverter o sistema político, econômico, social e cultural de meu país”
O mandatário agradeceu aos representantes da Assembleia pelo “rechaço quase unânime ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos”, sinalizando que os norte-americanos usam de “falsos pretextos” para criar “cenários de tensão e hostilidade”.
“O desempenho do governo dos Estados Unidos contra Cuba vai além. Inclui programas públicos e encobertos de interferência grosseira em nossos assuntos internos, para os quais utiliza dezenas de milhões de dólares que são oficialmente aprovados em seu orçamento, em violação das normas e princípios sobre os quais esta Organização se apoia e, em particular, da soberania de Cuba como nação independente”.
Assista ao discurso do presidente cubano na Assembleia Geral da ONU:
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O líder, que tomou posse em abril de 2018, também disse que Cuba “mantém a disposição de desenvolver uma relação respeitosa e civilizada” com os EUA, novamente citando a condição de “igualdade de soberania e respeito mútuo”, assim como em entrevista dada à multiestatal teleSur no dia 16 de setembro.
“Cuba mantém a disposição de desenvolver um relacionamento respeitoso e civilizado com o governo dos Estados Unidos, com base na igualdade soberana e no respeito mútuo. Essa é a vontade do povo cubano e sabemos que é uma aspiração compartilhada pela maioria dos cidadãos americanos e, particularmente, pelos cubanos que residem naquele país”