Alvo de protestos internos e restrições de parte da comunidade internacional, o presidente da Síria, Bashar Al Assad, fez nesta segunda-feira (20/06) um discurso à nação em que pediu a busca pelo “diálogo nacional”. Em nenhum momento, ele sinalizou que pretenda abrir mão do poder, como querem os manifestantes que reivindicam sua renúncia desde março.
Porém, no pronunciamento, Assad prometeu que vai promover mudanças na Constituição, uma das principais reivindicações dos manifestantes. No entanto, não disse como serão feitas essas alterações nem quando. Também se recusou conversar com quem ele acusou de “pegar armas”.
O discurso foi transmitido pela rede estatal de televisão da Síria. “Podemos dizer que o diálogo nacional é a palavra de ordem da próxima fase”, disse Assad, ao discursar na Universidade de Damasco. “O diálogo nacional pode conduzir a emendas à Constituição ou a uma nova Constituição”, acrescentou. No pronunciamento, ele acusou alguns manifestantes de “sabotagem e caos”.
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Desde meados de março, Assad enfrenta uma série de protestos na Síria que se estendem da capital do país ao interior. Ele disse estar convencido de que o sistema atual de governo leva a um processo pleno de reformas e destacou que as discussões são longas e demoradas.
“Não podemos aplicar um plano de reformas global depois de 50 anos com um sistema político preciso. Temos de saber para onde vamos”, disse o presidente da Síria. Referindo-se a quem se manifesta contra o regime, Assad afirmou que não há “solução política” para quem “pega em armas” e que “é dever do Estado julgar os sabotadores”.
No terceiro discurso desde o início das manifestações, Assad acusou os manifestantes de promoverem um retrocesso no país causando riscos ao desenvolvimento. “Não haverá desenvolvimento sem estabilidade nem reformas com sabotagem e caos.” O presidente disse ainda que o governo é alvo de uma “conspiração”.
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