No primeiro dia de reunião do G7 nos alpes bávaros do sul da Alemanha neste domingo (07/06), dois temas dominaram as discussões dos líderes mundiais: crise econômica grega e as recentes declarações do premiê Alexis Tsipras; e as sanções contra a Rússia, um ano após Vladimir Putin ter sido expulso da cúpula — então chamada de G8.
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Agência Efe
Líderes de EUA, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Canadá e Japão em evento que antecedeu reunião do G7, no sul alemão
Dias depois de o governo grego ter adiado o pagamento de parte da dívida ao FMI, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, foi firme ao dizer que Tsipras falhou ao não entregar as reformas econômicas prometidas aos credores.
Na sexta-feira, Tsipras, em discurso no parlamento grego, havia classificado a proposta do órgão executivo da UE (União Europeia) como “absurda” — os credores pedem reformas na economia grega, que incluem aumento de impostos e cortes em benefícios de servidores públicos. Juncker pediu que Atenas apresente “imediatamente” propostas alternativas, para que as negociações possam prosseguir nesta semana.
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A chanceler alemã, Angela Merkel, anfitriã desta reunião do G7, esperava que o tema da crise grega estivesse resolvido até o início da cúpula, abrindo espaço para tratar de outros assuntos, como, por exemplo, esforços globais na área de saúde (ebola, antibióticos e doenças tropicais) e compromissos no área ambiental, meses antes da reunião da ONU sobre o clima, no final do ano, em Paris.
Pelo contrário, a situação — que muitos classificam como limítrofe — entre Atenas e seus credores dominou os holofotes do início da reunião do G7. Os ataques verbais de Junkcer acusaram Tsipras de minar as negociações sobre a dívida e deliberadamente mentir ao parlamento grego sobre as condições das propostas da troika.
Ofensiva contra a Rússia
A agenda do presidente norte-americano, Barack Obama, ao desembarcar para a reunião do G7 (grupo das economias industrializadas, que reúne EUA, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Canadá e Japão) era clara: sair de lá com um compromisso firme de seus pares de que não haveria rebaixamento das sanções econômicas impostas à Rússia.
Nesse contexto, foi firmado um consenso de que as punições a Moscou não serão discutidas até que se cumpram integralmente as etapas do Acordo de Minsk sobre a crise ucraniana, firmado em fevereiro por separatistas, ucranianos e russos.
Merkel e Obama não foram, entretanto, os únicos a subir o tom contra o presidente Vladimir Putin — cuja presença na reunião foi suspensa há um ano, por conta da crise após a anexação da Crimeia.
No Palácio de Elmau, que sedia a cúpula, o premiê britânico, David Cameron, pediu que todos fizessem o possível “para dar uma dura resposta à agressão respaldada pela Rússia”. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, foi ainda além ao dizer que se algum colega planejava revisar o sistema de sanções seria apenas para reforçá-las. O recado do ex-premiê polonês tinha endereço: o líder italiano Matteo Renzi, um dos que mais advogam pelo relaxamento das punições a Moscou.