Sábado, 14 de junho de 2025
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A Embaixada da Alemã no Brasil escreveu no Twitter nesta terça-feira (08/02) que “quem defende o nazismo desrespeita a memória das vítimas e dos sobreviventes desse regime”, em repúdio às declarações antissemitas feitas pelo Bruno Aiub, conhecido como Monark, apresentador do Flow Podcast.

A sede da representação diplomática alemã afirmou ainda que defender o nazismo “não é defender a liberdade de expressão” e que quem faz isso “ignora os horrores causados por ele”. 

Em uma transmissão desta segunda-feira (07/02), o apresentador disse defender a existência de um partido nazista no Brasil, “reconhecido por lei”, durante uma entrevista com os deputados federais paulistas Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PSB). 

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Monark, por sua vez, publicou um vídeo dizendo que foi insensível com a “comunidade judaica” e que estava bêbado no momento em que fez as declarações. “Peço um pouco de compreensão, foram quatro horas de conversa, eu estava bêbado, e errei”, declarou.

Com a repercussão do caso nas redes sociais, duas empresas até o momento já anunciaram ter desfeito o patrocínio com o podcast. 

Na manhã desta terça-feira, a empresa Flash Benefícios anunciou que vai solicitar o encerramento formal da relação contratual com o Flow. De acordo com um comunicado publicado no Instagram, os donos da marca têm família de origem judaica. 

Já a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, apoiadora de um quadro do programa, o Flow Sport Club, anunciou no início da tarde o rompimento da parceria para transmissões esportivas. A entidade afirmou ser “contrária a qualquer tipo de preconceito”.

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Além disso, o próprio Estúdios Flow anunciou que Monark foi desligado do trabalho como apresentador. A empresa também disse que o episódio desta segunda, de número 545, também foi retirado de todas as plataformas em que constava. 

Representação diplomática da Alemanha disse ainda que defender o nazismo 'não é defender a liberdade de expressão'

Reprodução

Sede diplomática alemã disse ainda que defender o nazismo ‘não é defender a liberdade de expressão’

Organizações judaicas também se pronunciaram. O coletivo Judeus Pela Democracia declarou que “racismo e perseguições não são liberdades de expressão”, apontando ainda que o nazismo “é contra a existência não só de judeus, mas de todos os ‘diferentes’”. 

Para eles, seria necessário a intervenção do Sleeping Giants, movimento que pressiona patrocinadores de sites e plataformas que repercutem discursos de ódios e desinformação.

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Por sua vez, a Confederação Israelita do Brasil (CONIB) reforçou o repúdio por meio de uma nota condenando a defesa da “existência de um partido nazista” no Brasil.

Assim como rechaçaram o “direito de ser antijudeu”, como havia sido dito por Monark na segunda. 

Localizado em Curitiba, o Museu do Holocausto, que se dedica à “educação, memória e pesquisa” sobre o tema, relembrou que o apresentou do Flow Podcast já apresentou outras declarações que vão na contramão da liberdade de expressão, como em 2020, quando Monark disse que conversaria “sem problemas” com Hitler.