O embaixador da Colômbia na OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Alfonso Hoyos, considerou hoje (22/7) como “um erro histórico” e “imoral” a decisão da Venezuela de romper as relações diplomáticas, após o governo colombiano dizer que o país vizinho “tolera” a presença de guerrilheiros em seu território.
“Nos parece lamentável este erro histórico, o governo da Venezuela deveria romper relações com os grupos que sequestram, que assassinam, que estão dedicadas ao narcotráfico e não com um governo legitimamente constituído”, disse Hoyos à rede Caracol, reiterando as denúncias apresentadas hoje ao Conselho Permanente da OEA, em sessão extraordinária.
O embaixador afirmou também que a administração de Álvaro Uribe usará “todos os mecanismos diplomáticos neste cenário e em todos os que forem necessários” para “pressionar o governo da Venezuela” em busca de uma “revisão internacional” das acusações, como solicitou em seu pronunciamento diante dos membros da OEA.
Leia mais:
Venezuela rompe com Colômbia
Análise: Por que Chávez rompeu relações com a Colômbia
Embaixador da Venezuela protesta contra editorial do Estadão
Colômbia convoca embaixadora na Venezuela para consultas
Venezuela convoca embaixador em Bogotá para debater ataques da Colômbia
Para o diplomata, seria “absolutamente imoral” que a Venezuela rejeite a possibilidade de a comunidade internacional realizar uma inspeção, assim como a imprensa, nas áreas em que estariam os supostos acampamentos das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do ELN (Exército de Libertação Nacional), em território venezuelano.
“Creio que voltar ao expediente de sempre de romper relações, de embargar-nos economicamente, é simplesmente uma atitude imoral e não se corresponde com a tradição do povo venezuelano”, acrescentou.
A Chancelaria colombiana ainda “não tem uma resposta oficial”, mas a informará publicamente, assim que o governo decidir se pronunciar, confirmaram à ANSA fontes diplomáticas em Bogotá.
Quebra de relações
Congeladas desde julho de 2009 e estremecidas ainda mais diante das novas denúncias, as relações foram rompidas hoje por Hugo Chávez, que “se viu obrigado” a tomar esta decisão frente aos “ataques” do mandatário colombiano.
O anúncio de Chávez foi feito no momento em que seu embaixador na OEA, Roy Chaderton Matos, se pronunciava a respeito das acusações de Bogotá. A sessão extraordinária da entidade continental foi solicitada pela Colômbia, que levou as provas às nações integrantes do grupo.
Segundo a Colômbia, cerca de 1.500 guerrilheiros estão distribuídos em ao menos 87 acampamentos em cidades venezuelanas. Na explicação do país, foram apresentados mapas, vídeos e fotos das instalações, além das coordenadas exatas dos locais denunciados. O material seria entregue ao secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza.
Insulza, por sua vez, pediu aos dois países que “acalmem os ânimos e reflitam” nos próximos dias para que superem a crise política pela qual atravessam.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL