Buenos Aires tem vivido dias de São Paulo no que diz respeito a temporais e a enchentes. Desde a última segunda-feira (15), quando uma forte chuva caiu na capital argentina, os portenhos enfrentam a inundação de edifícios, falta de energia elétrica e de semáforos e o alagamento das principais vias.
Não houve alerta meteorológico. Com o temporal intenso, de 90 milímetros cúbicos em duas horas, mais de 55 mil pessoas ficaram sem energia elétrica; ônibus e a linha B do metrô portenho chegaram com atraso; dezenas de automóveis foram pegos na enxurrada e alguns ficaram submersos em túneis onde as bombas de escoamento não funcionaram.
As ruas da capital argentina pareciam rios e o agravante foi que a chuva caiu antes da coleta do lixo. Ainda na noite de terça-feira (16), cerca de 100 semáforos não funcionavam, e as companhias de eletricidade estimavam que mil pessoas ainda estavam sem luz. Segundo o jornal Página 12, em alguns estabelecimentos comerciais do centro da cidade, a água atingiu um metro de altura, estragando mercadorias e equipamentos elétricos.
Como em todas as vezes que a chuva provoca estragos no país, já foi iniciado um debate entre a oposição e o prefeito, Maurício Macri, por conta de obras já iniciadas e de outras que ainda nem começaram. Opositores de Macri afirmam que a causa da inundação é o atraso em obras hidráulicas desenhadas e aprovadas em 2005, já que a inundação afetou regiões que até então não sofriam com as tempestades, como Parque Centenario, Almagro, Chacarita e Caballito.
A Auditoria Geral da Cidade de Buenos Aires criticou o sistema de águas pluviais da cidade e as vias de escoamento. Em comunicado divulgado no dia 11 de janeiro, o órgão denunciara falta de manutenção na rede e “falta de controle do governo sobre as empresas terceirizadas que deveriam fazer o serviço”.
Reação
Diante das críticas, o chefe-de-gabinete da prefeitura, Horacio Rodríguez Larreta, disse que as obras necessárias já estão em andamento. “O primeiro túnel será terminado no ano que vem e faremos um segundo, que será a única solução para este problema que está acontecendo”, afirmou, em entrevista ao jornal La Nación.
A prefeitura de Buenos Aires anunciou que pagará indenização de até 5 mil pesos para as vítimas das chuvas e enchentes, como exige a legislação.
As chuvas neste verão têm assolado vários países da América Latina. Além do Brasil e da Argentina, também houve problemas graves causados por temporais no Peru, na região turística de Macchu Pichu, e na Bolívia, onde mais de 100 mil pessoas ficaram desabrigadas. Na América do Norte, o México também foi muito afetado, com dezenas de vítimas em diversos pontos do país.
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