Os chanceleres do Equador, Ricardo Patiño, e do Brasil, Antonio Patriota, assinaram nesta quinta-feira (02/05), em Quito, um acordo para fortalecer os serviços aéreos entre os dois países, no marco de um esforço para impulsionar a cooperação e o comércio bilateral.
Os dois ministros presidiram, na sede da Chancelaria equatoriana, a reunião de um Mecanismo de Consultas Bilaterais na qual também conversaram sobre assuntos multilaterais. Além disso, acertaram os detalhes para a visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Equador, prevista para os primeiros dias de junho.
Patiño disse em entrevista coletiva conjunta com Patriota que o Equador entregará uma “condecoração a um homem de extraordinário quilate para a América Latina” e que em seu mandato cumpriu um importante papel no processo de integração regional.
Cooperação
Os dois chanceleres assinaram um acordo de serviços aéreos que, para Patiño, permitirá um “maior nível de conectividade aérea” entre os dois países. Antes, disse o equatoriano, eram necessárias 18 horas para ir do Equador ao Brasil, mas agora, com voos diretos, o tempo cairá para apenas quatro horas.
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Patiño também citou o fortalecimento do comércio bilateral. Segundo ele, as exportações do Equador para o Brasil subiram de US$ 46 milhões para US$ 136 milhões em poucos anos. No entanto, a balança comercial é deficitária para o Equador, que importa US$ 800 milhões do Brasil.
Patiño informou que nesta sexta-feira viajará com Patriota à cidade de Francisco de Orellana, na Amazônia equatoriana, onde acontecerá um encontro dos representantes dos países-membros do Tratado de Cooperação Amazônica, que também é formado por Venezuela, Colômbia, Guiana, Suriname, Peru e Bolívia.
Patriota, por sua vez, destacou o avanço das relações com o Equador e disse que em 17 de junho acontecerá uma reunião da comissão de monitoração do comércio bilateral, para impulsionar as trocas entre os dois países. Além disso, assinalou que autoridades da Zona Franca de Manaus visitarão o Equador para dar um empurrão ao Projeto Manta-Manaus, que pretende unir os oceanos Atlântico e Pacífico através da Amazônia.
O chanceler brasileiro também assinalou que “em poucos dias ou em poucas semanas” o ministro da Defesa, Celso Amorim, irá a Quito para fortalecer a cooperação binacional nesse campo. Patriota destacou a proposta brasileira para criar um mecanismo de coordenação regional com o objetivo de analisar a crescente imigração de haitianos ao Brasil, muitos de forma irregular, por uma rota que envolve Equador e Peru.
Os dois chanceleres também abordaram assuntos relacionados com a cooperação em diferentes temas, como televisão digital, turismo e investimentos, entre outros.