A equipe que encontrou os destroços do avião da Air France que se chocou contra o Oceano Atlântico em 2009 irá ajudar na busca pela aeronave da Malaysia Airlines, desaparecida desde o último dia 08. A informação foi divulgada pelo ministro dos Transportes malaio, Hishamuddin Hussein, nesta sexta-feira (21/03).
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“Eles concordaram em nos ajudar com sua experiência e conhecimento consideráveis”, afirmou Hussein. No momento, três membros da equipe francesa estão designados para ajudar nas buscas. Segundo o ministro malaio, o papel deles pode ser “essencial”.
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Se for confirmado que os objetos que a Austrália encontrou ontem (20) no Oceano Índico, 2,5 mil quilômetros a sudoeste de Perth, pertencem ao avião desaparecido, Hussein afirma que “o próximo passo seria encontrar a caixa-preta” da aeronave. No entanto, ele mesmo lembrou que as autoridades francesas e brasileiras que faziam as buscas pelos destroços do voo AF 447 levaram apenas cinco dias para encontrar os primeiros corpos, mas dois anos para achar a caixa-preta do avião.
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“É aí que a equipe francesa vai ser muito importante. Tecnologia Sonar e outros dispositivos serão utilizados. Mas resolveremos isso quando precisarmos”, declarou Hussein. A primeira caixa-preta do AF 447 foi achada em abril de 2011, a cerca de 4 km de profundidade, perto da costa nordeste do Brasil. No entanto, os franceses alertam que o caso malaio pode ser ainda mais difícil.
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“O AF 447 tinha uma boa LKP (last known position, última posição conhecida), o que proporcionou às equipes de busca uma localização aproximada para focar a procura por destroços”, afirmou David Gallo, que chefiou a equipe. No caso do voo MH 370, que seguia de Kuala Lumpur para Pequim, não há LKP até agora. Atualmente, 26 países procuram pelo avião e a Malásia já pediu mais ajuda internacional.
Buscas australianas
Enquanto isso, o dia de buscas se encerrou nos arredores da Austrália sem que fosse achado “nada de significante”, segundo o primeiro-ministro do país, Tony Abbott. Ele também afirmou que é impossível saber se a aeronave desaparecida está na região. “Agora os pedaços poderiam ser apenas um contêiner que caiu de um navio. Nós simplesmente não sabemos, mas devemos isso às famílias, aos amigos e aos entes queridos. Faremos o que pudermos para tentar resolver o que ainda é um enigma extraordinário”, disse.
Agência Efe
Imagem da Real Força Aérea Australiana mostra navio norueguês durante dia de buscas no oceano Índico
Abbott disse ainda que o local de buscas se trata da “área mais inacessível que você pode imaginar sobre a face da Terra, mas, se houver algo lá embaixo, nós vamos encontrá-lo”.
O vice-primeiro-ministro da Austrália, Warren Truss, por sua vez, desconfia que os destroços avistados perto da Austrália possam ter afundado. “Algo que estava flutuando há tanto tempo no oceano pode não estar mais flutuando”, afirmou. “Pode ter escapado para o fundo”.
Cinco aviões australianos e um norte-americano já fizeram buscas na região, mas agora mais aeronaves estão sendo requeridas. A China, país de origem de 153 passageiros do voo MH 370, enviou três navios militares para auxiliar. Jatos e navios do Reino Unido, da Nova Zelândia e da Noruega também estão no local.
Diante das buscas infrutíferas realizadas até agora, a Austrália anunciou uma “estratégia visual” para tentar localizar o avião. Duas aeronaves com “observadores treinados” postados nas janelas rastreiam uma zona da extensão da península Ibérica ao sudoeste da Austrália, enquanto outros dois aviões estão a caminho para verificar a região.
Os aviões percorrem a zona a baixa altura, graças às condições meteorológicas melhores. “Nós queremos encontrar estes objetos, é a melhor pista de onde buscar as pessoas desaparecidas”, considerou John Young, porta-voz da AMSA (Autoridade de Segurança Marítima da Austrália), organismo que lidera a busca no sul do Oceano Índico.
Agência Efe
Painel eletrônico de um edifício pede que pessoas “rezem pelo MH 370” na capital da Malásia, Kuala Lumpur
Estados Unidos
O Pentágono revelou hoje que os EUA já gastaram US$ 2,5 milhões em custos operacionais dos aviões e dos navios utilizados na busca pelo avião da Malaysia Airlines. O porta-voz adjunto do Pentágono, o coronel Steve Warren, indicou que o órgão destinou um total de US$ 4 milhões para custear as operações de busca, pelo menos até o começo de abril.
Além de contribuir nas operações de busca, que vão entrar em sua terceira semana, os Estados Unidos apoiam a investigação com uma equipe do FBI e técnicos do NTSB (Conselho Nacional de Segurança no Transporte) e da FAA (Agência Federal de Aviação).