O grupo Estado Islâmico saudou, neste sábado (05/12), o atentado que deixou 14 mortos em San Bernardino, na Califórnia, nos Estados Unidos, na última quarta-feira (02/12). Em um boletim radiofônico, o grupo pediu “que Alá os aceite [o casal que teria realizado o ato] como mártires” e ameaçou o país: “rios de sangue correrão nos Estados Unidos”.
A informação de o EI não reivindicou a autoria do atentado, tal como difundido por diversos meios de comunicação, foi confirmada pela Casa Branca.
Agência Efe
Muçulmanas realizam vigília em homenagem às vítimas do atentado
Pouco antes da divulgação, o FBI confirmou que o tiroteio está sendo investigado como “um ato de terrorismo” e que vários veículos de imprensa norte-americanos revelaram que um dos supostos autores do crime era ligado ao EI.
A relação do casal Syed Farook e sua esposa, Tashfeen Malik com o Estado Islâmico é feita com base em um post feito em um perfil falso no qual Malik jura lealdade ao líder do EI, Abu Bakr al Bagdadi. Mas, sem a aprovação de Bagdali não se pode falar em “membro” da organização extremista.
Mais enfático do que em sua última declaração, o presidente do país, Barack Obama, classificou, também neste sábado, o ocorrido como “uma tragédia para todo país” e afirmou: “é possível que esses dois criminosos tenham se radicalizado para cometer este ato de terror. Sabemos que o EI e os outros grupos terroristas estão encorajando ativamente as pessoas no mundo todo, e no nosso país, para cometer terríveis atos de violência, os chamados 'lobos solitários'”.
De acordo com autoridades norte-americanas, o casal portava mais de 1.600 balas durante o confronto com a polícia e guardava outras 4.500 em sua casa, sendo 2.500 para fuzis e 2.000 para pistolas.
De acordo com o jornal The New York Times, Malik, de origem paquistanesa, passou por dois turnos de investigação criminal antes de obter o visto de residência no país, já que Farook é norte-americano.
Diante do fato, o FBI anunciou que irá vasculhar os dados de imigração de Malik para verificar se “deixaram passar alguma coisa”.
Armas
Obama aproveitou a oportunidade para pedir novamente que o Congresso do país aumente o controle sobre a venda de armas.
NULL
NULL
Divulgação
Editorial publicado com destaque pelo jornal norte-americano
No mesmo sentido, o The New York Times publicou, pela primeira vez em quase cem anos, um editorial na primeira página do jornal neste sábado, no qual pede mais controle para a venda de armas.
Intitulado “O fim da epidemia armamentista na América”, o texto lembra outros ataques recentes, como o que vitimou três pessoas em uma clínica de aborto no Estado de Colorado, e sugere que alguns tipos de armas e munições deixem de ser comercializados.
Segundo o FBI, durante a Black Friday no país, a venda de armas de fogo bateu recorde. Quase 190 mil pedidos de verificação de antecedentes criminais foram realizados no país para a aquisição de armamentos.