Diante do cenário de violência na região peninsular de La Paz, na Baixa Califórnia, no México, a Secretaria de Educação Pública do estado passou a adotar diretrizes para serem seguidas no caso de as escolas estarem sob fogo cruzado durante tiroteio.
Flickr/ CC/ Eneas De Troya
Movimento pela Paz com Dignidade realiza marcha contra violência no país (imagem de 2013)
Para se preparar para a eventualidade, crianças realizam simulacros onde todos devem participar e atuar. Como parte do Programa Nacional Escola Segura, funcionários da secretaria oferecem o treinamento que consiste em acionar uma gravação de tiros para, na sequência, após ouvir os disparos, as crianças se abrigarem de forma segura.
Os alunos são orientados a se esconderem embaixo de mesas, bancos ou quaisquer móveis que possam protegê-los das balas.
O repórter do jornal mexicano Excelsior Germán Medrano, que acompanhou o treinamento em uma escola na capital do estado, relatou que as professoras pediram que as crianças, que se encontravam no chão, começassem a cantar uma canção infantil até que as balas cessassem no lado de fora da escola.
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Ainda de acordo com o relato do jornalista, muitos dos jovens tiveram crises nervosas e choraram durante a atividade.
A região de La Paz é uma das que tem mais sofrido com a crise da violência no México. O Programa Nacional Escola Segura funciona desde junho de 2007 e é parte da estratégia nacional de segurança “Limpemos o México”, que estabelece vínculos de colaboração entre diferentes instituições para “favorecer o desenvolvimento de habilidades e conhecimento nas crianças para permitir que elas resolvam conflitos de forma não violenta e manejem situações de risco”.
O custo econômico para conter e enfrentar a violência no México foi de US$ 173 bilhões em 2013, ou 10% do PIB. Apesar de o país ter intensificado o combate a grupos de narcotraficantes, a violência tem aumentado desde 2008, como revela o estudo Índice da Paz Mundial realizado pelo IEP (Instituto de Economia e Paz). O gasto para conter a violência no país é um dos maiores do mundo e representa o dobro do que o governo investe em saúde ou educação.