O governo norte-americano e o presidente Barack Obama voltaram a defender nesta segunda-feira (01/07) os polêmicos programas de espionagem do país, que causaram novas desconfianças por terem atingido também a UE (União Europeia) e até mesmo a ONU.
Em vez de pedirem desculpas aos países afetados pelos grampos, Obama e o secretário de estado, John Kerry, afirmaram que o ato de espionar não é incomum e que outros governos também são adeptos de tal prática.
“Todos os serviços de inteligência [nos EUA, na Europa e na Ásia] tentam entender melhor o mundo e o que está acontecendo nas capitais (…) através de fontes que não estão disponíveis no New York Times ou na NBC News”, argumentou Obama, que está na Tanzânia, em mais uma parada de sua viagem à África.
“Garanto que nas capitais europeias há quem esteja interessado, talvez não no que tomei no café da manhã, mas sim em quais são meus principais temas de conversa quando me reúno com seus dirigentes”, acrescentou durante entrevista coletiva com o presidente tanzaniano, Jakaya Kikwete, em Dar es Salaam.
O escândalo da espionagem começou há algumas semanas, quando Edward Snowden, ex-técnico da CIA e da NSA (Agência de Segurança Nacional), revelou aos jornais The Guardian e The Washington Post a vigilância realizada pelo governo dos EUA aos registros telefônicos e dados de internet de milhões de seus cidadãos para espionar contatos no exterior com suspeitos de terrorismo.
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A polêmica, porém, cresceu devido às últimas revelações de Snowden sobre a espionagem dos EUA a UE, – principalmente a Alemanha -, ONU e 38 embaixadas de países como Japão e México.
Obama afirmou hoje que seu governo está revisando as acusações de espionagem a países aliados e prometeu proporcionar a essas nações “toda a informação” que precisarem.
“Os Estados Unidos responderão oportunamente pelos canais apropriados”, comentou de Washington um porta-voz do departamento de Estado, Patrick Ventrell, que acrescentou que serão levadas em conta as “preocupações” dos países supostamente vigiados.
Enquanto isso, Kerry minimizou a importância das acusações de espionagem na Europa após sair de uma reunião com a chefe da diplomacia europeia, Catherine Asthon, em Brunei. “Todos os países do mundo que participam dos assuntos internacionais adotam muitas medidas para proteger a segurança nacional. Não é algo incomum para muitas nações”, justificou Kerry.
(*) com agência Efe