Cerca de 50 estudantes secundaristas invadiram nesta quarta-feira (31/08) o prédio do Ministério da Educação do Chile. Eles ocuparam o prédio por aproximadamente duas horas e causaram alguns danos materiais, como vidros quebrados. Ao fim, saíram de forma pacífica pela polícia. As informações são das agências de notícias Ansa e France Presse.
Os manifestantes entraram de surpresa no edifício localizado ao lado do palácio presidencial de La Moneda, no centro de Santiago, e chegaram a entrar no gabinete do ministro, Felipe Bulnes, que não estava no local – ele participou de uma série de debates no Senado.
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Os estudantes justificaram a invasão em protesto contra a reunião marcada para o próximo sábado (03/09) entre o governo e membros dos movimentos estudantis, que protestam há três meses por reformas amplas no setor, pedindo ensino superior público gratuito e de qualidade. Eles alegam que a Confech (Confederação dos Estudantes Chilenos) não os representa.
“A Confech é liderada por partidos políticos e pretende pôr fim ao conflito dando as mãos a eles, enquanto os colégios que estão mobilizados na periferia não têm nem voz nem voto nas decisões”, disse à imprensa local uma porta-voz da ocupação que não se identificou.
Os manifestantes exigiram a renúncia do ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, e do general diretor da Polícia de Carabineiros, Eduardo Gordon, pela morte de um jovem na sexta-feira passada. Manuel Gutierrez, de 16 anos, foi morto por uma bala durante a paralisação geral na semana passada, em um subúrbio de Santiago.
Na segunda-feira, um carabineiro (nome da polícia militarizada do Chile, conhecida pela forte repressão a manifestações desde os tempos da ditadura militar no país) assumiu que deu “dois tiros para o ar” na manifestação onde Manuel estava.
O agente, o general Sergio Gajardo, afirmou que “não atirou contra qualquer grupo de pessoas, mas sim para o ar”. Horas depois, o governo chileno anunciou a baixa de Gajardo e de cinco agentes dos carabineiros envolvidos na morte de Manuel.
Na sexta-feira (26/08), o dia seguinte à morte do jovem, a polícia chilena negou que algum oficial tenha sido responsável pela morte do jovem, e o subsecretário do Ministério do Interior Rodrigo Ubilla, se negou a comentar se o jovem baleado foi atingido por um policial ou durante enfrentamentos dos manifestantes com jovens que tentavam impedir os protestos.
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