Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (05/10) em Washington, o comandante das forças norte-americanas no Afeganistão, general John Campbell, afirmou que o bombardeio a um hospital de MSF (Médicos Sem Fronteiras) na cidade de Kunduz foi solicitado por tropas afegãs que estavam sob ataque do Talibã. Ao todo, 22 pessoas morreram (12 profissionais de MSF e 10 pacientes) e 37 ficaram feridas.
A declaração de Campbell desmente a primeira justificativa oficial do Pentágono, de que o ataque havia sido um “dano colateral” para defender soldados dos EUA. Segundo o governo do Cabul, tropas afegãs estavam sob ameaça de membros do Talibã que se escondiam no hospital, o que é negado por MSF.
Reprodução/MSF
Ataque dos EUA a hospital no norte do Afeganistão na madrugada do último sábado (03/10) deixou 12 mortos e 37 feridos
Christopher Stokes, diretor-geral de MSF, declarou que agora existe uma “tentativa de repassar a responsabilidade [do ataque] para o governo afegão”.
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“A realidade é que os EUA lançaram aquelas bombas, os EUA atingiram um hospital enorme, cheio de pacientes feridos e profissionais de MSF. As forças militares norte-americanas continuam responsáveis pelos alvos que atingem, ainda que sejam parte de uma coalizão”, afirmou o diretor-geral. Stokes disse ainda que “não há justificativa para esse ataque terrível”.
Médicos Sem Fronteiras, que classificou o bombardeio como “crime de guerra”, solicitou uma investigação “transparente e independente”. MSF anunciou ontem que irá interromper suas atividades em Kunduz.
O governo do presidente Barack Obama, assim como o governo afegão, afirmou que conduzirá investigações sobre o caso.