No mesmo dia em que o governo de Bashar al Assad foi alvo de um atentado a bomba em Damasco, o Departamento do Tesouro dos EUA informou que adotou novas sanções contra autoridades e empresas da Síria, supostamente ligados a programas de armas químicas e biológicas do país.
Segundo o comunicado divulgado pelo Tesouro, foram punidas 29 altas autoridades sírias, além de cinco companhias ligadas aos programas de armas não convencionais e outra empresa controlada por “um amigo corrupto” de Assad.
NULL
NULL
“As ações anunciadas hoje refletem o inabalável compromisso dos Estados Unidos de pressionar o regime Assad para encerrar a carnificina e deixar o poder”, afirmou no comunicado o Subsecretário de Terrorismo e Inteligência Financeira do Tesouro, David Cohen.
Ataque
Mais cedo, o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, afirmou que o ataque que vitimou oficiais de Defesa da Síria em Damasco é evidência de que a violência no país está “rapidamente fugindo do controle”.
“A violência só piorou e a perda de vidas só aumentou”, disse Panetta, razão pela qual, afirma ele, a comunidade internacional deveria impor “pressão máxima” para que Assad renuncie e permita uma transferência de poder estável.
ONU
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pediu nesta quarta-feira uma resolução conjunta da ONU que interrompa a violência. O Conselho de Segurança deveria votar uma resolução sobre a Síria ainda hoje, mas devido aos recentes acontecimentos sua reunião será amanhã. “Toda a comunidade internacional precisa trabalhar junta para seguir adiante com este processo”, disse Merkel.
A posição de Berlim é a mesma do Reino Unido. O secretário de Relações Exteriores britânico, William Hague, disse que o ataque em Damasco mostra a necessidade de uma resolução conjunta da ONU. “Este incidente, que condenamos, confirma a urgência de uma resolução sob o Capítulo 7 da Carta da ONU”, afirmou Hague.
A inclusão do Capítulo 7, no entanto, é um dos pontos de discórdia dentro do Conselho de Segurança. Moscou é veementemente contra qualquer menção ao Capítulo 7, que poderia eventualmente permitir o uso de força para encerrar o conflito.
O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, reiterou hoje que é contra a resolução defendida pelas potências ocidentais. “Uma batalha decisiva está em progresso na Síria. Adotar a resolução significaria apoio imediato a um movimento revolucionário”, disse Lavrov, referindo-se à oposição armada que tenta derrubar Assad. “E, se estamos falando de uma revolução, então a ONU não tem nada com isso.”
Os Estados Unidos dizem buscar apenas medidas econômicas, mas a Rússia teme que as cláusulas que preveem o uso de força sejam invocadas caso o regime sírio não cumpra as sanções. “Nós não podemos aceitar o Capítulo 7”, Lavrov afirmou a jornalistas. “Ao invés de tentar acalmar a oposição, alguns parceiros estão forçando a escalada da violência”, disse o ministro, referindo-se ao Ocidente.