O presidente sírio, Bashar al-Assad, não pode ter qualquer participação em um governo de transição, disse o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, nesta quarta-feira (22/01), na abertura da conferência internacional que busca encerrar a guerra civil na Síria. Segundo ele, o líder sírio teria perdido “a legitimidade para governar”.
A declaração foi feita durante a conferência de paz sobre a Síria, realizada em Montreux e pensada com o intuito de promover o fim do conflito no país, que já matou milhares de civis. O discurso do secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, foi em tom mais otimista. “Depois de quase três anos de conflito doloroso e sofrimento na Síria, hoje é um dia de esperança”, disse.
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“Vemos apenas uma opção: negociar um governo de transição nascido por mútuo consenso”, disse Kerry. “Isso significa que Bashar al-Assad não será parte do governo de transição. Não há maneira, nenhuma maneira possível, para que um homem que tem liderado uma resposta brutal contra seu próprio povo possa recuperar a legitimidade para governar.”
As negociações internacionais de paz para tratar da guerra civil de quase três anos começaram em Montreux, perto de Genebra, nesta quarta, com um discurso do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Estão presentes à conferência delegações do governo do presidente sírio e de grupos da oposição síria exilada, além da ONU, Estados Unidos e Rússia.
Encontro
Participantes de cerca de 40 países e organizações responderam ao convite de Ban Ki-moon para participarem da conferência, que tem o objetivo de encontrar uma solução política e pacífica para a guerra civil pela qual passa o país há quase três anos e que deixou mais de 130 mil mortos e milhões de refugiados e deslocados.
O Brasil está sendo representado no encontro pelo secretário-geral do Itamaraty, o embaixador Eduardo dos Santos. O chanceler Luiz Eduardo Figueiredo iria participar da conferência, mas está acompanhando a presidenta Dilma Rousseff no Fórum de Davos.
De acordo com o Itamaraty, o Brasil está “convicto de que não há solução militar para o conflito sírio” e “está pronto para colaborar para o êxito do evento e das negociações”. A conferência, disse o ministério em nota, é uma oportunidade “valiosa” para que seja iniciado um diálogo “necessário e construtivo”.