Sana/Agência Efe
O presidente sírio, Bashar al Assad, reza em mesquita. A imagem foi divulgada pela agência de notícias oficial síria Sana
O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou nesta segunda-feira (20/08) que poderá intervir no conflito armado da Síria caso o governo do presidente Bashar al Assad utilize armas químicas para combater a oposição. Em coletiva na Casa Branca, ele afirmou que, caso o regime apele a essa estratégia, “pode haver enormes consequências”, capazes de mudar seus cálculos “significativamente”.
“Comunicamos em termos firmes a todos os atores na região que esta é a linha vermelha para nós e que pode haver enormes conseqüências”, declarou o presidente.“Uma linha vermelha para nós é (se) virmos uma movimentação ou utilização de armas químicas”, esclareceu Obama.
“Não é apenas um tema que diz respeito à Síria, mas também aos nossos aliados mais próximos na região, incluindo Israel. (…) Não podemos ter uma situação em que armas químicas ou biológicas caiam nas mãos das pessoas erradas”.
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No mês passado, um porta-voz do Ministério do Exterior sírio disse que armas químicas ou biológicas nunca seriam usadas dentro do país, e que o governo só recorreria a esse arsenal em caso de “agressão externa”.
Enviado da ONU
Também nesta segunda-feira, o novo enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, o argelino Lakhdar Brahimi, foi criticado pelo governo local ao afirmar que “ainda não está em posição de dizer” se Bashar al Assad deve ou não renunciar.
“Não é, em absoluto, a tarefa de nenhum país, parte ou emissário da ONU dizer quem dirige a Síria. O povo sírio é o único que pode decidi-lo conforme a Constituição”, disse uma fonte diplomática síria à agência oficial Sana.
Brahimi substituiu na semana passada Kofi Annan, que renunciou ao cargo após ter seu plano de paz amplamente ignorado tanto pelo governo sírio quanto pelos rebeldes.
O governo sírio também criticou Brahimi por ter dito, em entrevista, que o país está em “guerra civil”, algo que, segundo Damasco, “não tem nada a ver com a verdade”. Para partidários de Al Assad, a guerra “só está no cérebro dos conspiradores”. Brahimi ainda não se considera “em posição de dizer” se o presidente sírio deve ou não renunciar.
A fonte acrescentou que o que acontece no país são “crimes terroristas perpetrados por grupos fundamentalistas islâmicos respaldados por países conhecidos que lhes proporcionam dinheiro, armas e refúgio”.
Jornalista morta
Em Alepo, uma jornalista japonesa foi morta nesta segunda-feira (20) quando cobria os confrontos na cidade, enquanto dois repórteres árabes e um terceiro turco foram considerados desaparecidos, informa o OSDH (Observatório Sírio de Direitos Humanos), órgão com sede no Reino Unido e opositor ao regime.
A jornalista japonesa foi morta em Sleiemane al Halabi, bairro do leste de Alepo onde violentos combates eclodiram nesta manhã entre tropas do governo e rebeldes.