Atualizada às 16h21
O governo dos Estados Unidos divulgou nesta sexta-feira (30/08) um relatório da inteligência afirmando que 1429 pessoas — incluindo 426 crianças — morreram no ataque com armas químicas realizado na Síria no dia 21 de agosto. Segundo o secretário de Estado, John Kerry, há provas “claras e convincentes” de que a ação foi realizada pelo governo de Bashar al Assad..
“Afirmamos com alta confiança que o governo sírio realizou o ataque com armas químicas contra elementos da oposição nos subúrbios de Damasco em 21 de agosto”, afirma o relatório divulgado hoje pela Casa Branca.
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De acordo com Kerry, as evidências de que Assad realizou o ataque são “esmagadoras”. Ele afirmou ainda que a inteligência dos EUA pode dizer de onde e para onde os mísseis foram lançados e que um aviso foi passado aos soldados para que saíssem às ruas com máscaras de gás e se preparassem para um ataque químico.
Agência Efe
Kerry deu a entender que Estados Unidos podem intervir militarmente na Síria a qualquer momento
O secretário de Estado acrescentou que os Estados Unidos vão prosseguir com uma “resposta” militar ao que, segundo ele, foi o uso de armas químicas pelo governo de Assad. Ele afirmou que o país respeita a ONU, mas tomará “suas próprias decisões, com base em seus próprios cronogramas”.
Kerry descreveu a atuação de médicos e enfermeiros sírios tentando ajudar as vítimas do ataque, temendo por suas próprias vidas e acabando eles mesmos afetados pelos gases tóxicos. “Esse é o indiscriminado e inconcebível horror das armas químicas. Isso é o que Assad fez com seu próprio povo”, disse.
Pouco depois de Kerry, o presidente Barack Obama chamou o uso de armas químicas por Assad de “desafio para o mundo”, segundo a agência de notícias Associated Press. Ao contrário de Kerry, que deu a entender que os EUA estão firmes na decisão de intervir na Síria, Obama afirmou que o país ainda não decidiu qual atitude tomar.
Segundo o Guardian, o presidente disse também que “muitas pessoas pensam que algo deve ser feito, mas ninguém quer fazer nada”. Ele chamou uma possível intervenção norte-americana na Síria de “ação limitada e estreita”.
Apesar de ainda não estar certos quanto ao que fazer na Síria, os EUA não pensam em nenhuma solução que envolva o envio de tropas ao país, segundo Obama. “Não haverá botas no chão”, afirmou. As ações consideradas, de acordo com ele, seriam para garantir que “não somente a Síria, mas outros no mundo entendam que a comunidade internacional se preocupa sobre o uso de armas químicas”.
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