Domingo, 18 de maio de 2025
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Reunidos em Munique, Estados Unidos, Rússia e o Grupo Internacional de Apoio à Síria (composto por Turquia, Irã, Arábia Saudita, Catar, Egito, França, Alemanha e Reino Unido) entraram em acordo na noite desta quinta-feira (11/02) para implementar um cessar-fogo na Síria.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, anunciou em entrevista coletiva conjunta com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que os mesmos tinham se comprometido com o “ambicioso” objetivo de acabar com a violência no país árabe em uma semana.

Segundo Kerry, esse acordo começará a ser aplicado nas zonas mais afetadas pela guerra civil, que já dura mais de quatro anos, mas, incialmente, será focado nas zonas rurais e mais remotas do país e, depois, será expandido para todo o território.

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Agência Efe

Lavrov (esq.), Kerry (centro) e Staffan de Mistura, enviado da ONU para a Síria: cessar-fogo em uma semana

Lavrov, no entanto, deixou claro que o fim da violência estabelecido “não inclui as entidades terroristas”, se referindo a grupos como o Estado Islâmico e a frente Al Nusra. “Entendo que nós, e a coalizão liderada pelos EUA, seguiremos lutando contra estes grupos. Os terroristas estão fora deste compromisso”, afirmou.

O governo sírio ainda não se pronunciou pelo acordo.

Diferenças

O acordo, no entanto, ainda deixam claras as diferenças de visão entre Washington e Moscou. Enquanto Kerry, por exemplo, tachou de “ação agressiva” os avanços militares em torno de Aleppo, Lavrov legitimou o uso da violência para recuperar o terreno tomado “ilegalmente” do governo pela oposição armada.

Acordo começará a ser implantado por áreas mais remotas do país, diz Kerry, e não inclui grupos terroristas que agem na região

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A outra grande diferença entre Rússia e EUA é o futuro de Assad, mas ambas as partes coincidiram em assinalar que o povo sírio, através de negociações, deve decidir o futuro do país após a guerra.

“Há diferenças sobre o resultado (das negociações de paz). Este é o desafio aqui. O melhor que podemos fazer é seguir trabalhando de forma colegiada para ver como será possível acabar com esta guerra”, afirmou Kerry.

Sobre uma possível transição política na Síria, o secretário de Estado americano garantiu não criar “nenhuma ilusão” e reconheceu que serão necessárias concessões de todas as partes para se chegar a um acordo.

“Estamos convencidos de que é o único modo para que a Síria sobreviva e floresça” é o processo político, afirmou o secretário de Estado dos EUA, que chamou o “futuro de Assad” de principal empecilho – algo que, em todo caso, “tem que ser resolvido no processo de negociações” entre governo e oposição na Síria.

(*) Com Efe