As intenções dos Estados Unidos não são de “sabotar a economia venezuelana”, afirmou, nesta terça-feira (17/03), o subsecretário adjunto para a América Latina do Departamento de Estado, Alex Lee. A declaração foi proferida em meio à reprovação que as sanções anunciadas contra Caracas tiveram em países da região.
Lee disse ainda que Washington não quer a saída do presidente Nicolás Maduro do governo e lembrou, durante audiência no Senado, que os Estados Unidos são o principal sócio comercial da Venezuela.
“Quero ser claro: não é nossa política ou nossa intenção promover a instabilidade na Venezuela ou apoiar soluções aos problemas políticos que são de acordo com seu próprio sistema legal”, afirmou Lee com relação às sanções.
Agência Efe
Alba criou grupo para tentar facilitar diálogo EUA-Venezuela; Maduro foi à reunião extraordinária da aliança
Ele ressaltou ainda a disposição ao diálogo. “O presidente [Nicolás] Maduro expressou publicamente o desejo de melhorar nossa relação bilateral, e estamos abertos ao diálogo. Manteremos as relações diplomáticas e damos boas-vindas às conversas e ao debate”.
Comissão de diálogo
Durante a reunião extraordinária da Alba (Alternativa Bolivariana para os Povos de Nossa América), os presidentes dos países que integram o bloco ressaltaram o pedido para que os Estados Unidos acolham e estabeleçam um diálogo com o governo da Venezuela, “como alternativa ao conflito e ao confronto, fundamentado no respeito permanente da soberania e da autodeterminação dos povos e dos Estados”.
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Os mandatários, que pedem a revogação das sanções contra Caracas, por considerarem que são “injustificadas e injustas”, também decidiram formar “um grupo de facilitadores” dos diferentes organismos de integração latino-americanos para “facilitar uma diplomacia de compromisso” entre os governos de Estados Unidos e Venezuela.
A declaração final da cúpula – lida pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ao término do encontro – estabeleceu a criação desse grupo da Alba, da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e da Caricom (Comunidade do Caribe) “para aliviar as tensões e garantir a resolução amigável”, mas não deu mais detalhes de sua composição.
O texto divulgado também denuncia “a feroz campanha midiática internacional contra a Venezuela e seu governo, encaminhada a desacreditar a revolução bolivariana, tentando criar as condições para uma intervenção em maior escala e alheia à solução pacífica das diferenças”.
Além disso, os países da Alba reiteram ainda o “mais firme respaldo” ao governo da presidente Dilma Rousseff, e sua “solidariedade e apoio” à presidente argentina, Cristina Kirchner, e seu governo, que, segundo os membros, “estão sendo submetidos a uma campanha de desprestígio pessoal e institucional por parte de setores da direita política e midiática de seu país”.
CIDH
Nesta terça-feira, o governo venezuelano também protestou perante a CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) pela declaração de “emergência nacional” e as sanções emitidas na semana passada pelos Estados Unidos, e as considerou uma “declaração de guerra”.