Em operação deslanchada em três estados nesta quinta-feira (5/8), a polícia e serviços de inteligência dos Estados Unidos prenderam 14 pessoas suspeitas de laços com uma organização terrorista na Somália, segundo o governo norte-americano.
As prisões foram realizadas na Califórnia, no Alabama e no Minnesota. Em outra operação não relacionada em Chicago, o FBI prendeu um homem suspeito de pretender embarcar para a Somália para se tornar um homem-bomba.
Nenhuma das pessoas presas teve a identidade divulgada.
O procurador-geral (ministro da Justiça) dos EUA, Eric Holder, disse após as prisões que todos – a maioria dos quais tem cidadania norte-americana – foram indiciados por formação de quadrilha e de prestar assistência ao terrorismo com financiamento, pessoal e serviços para o grupo fundamentalista Al-Shabab, que age na Somália.
“Enquanto nossas investigações ainda estão em andamento em todo o país, essas prisões e indiciamentos devem servir como um alerta inconfundível para outros que estejam considerando aderir ou apoiar grupos terroristas como o Al-Shabab: se você escolher esse caminho, pode esperar acabar numa cela de prisão dos EUA ou como baixa num campo de batalha na Somália”, disse Holder, segundo a rede norte-americana CNN.
Só no Minnesota, dez pessoas foram acusadas de tentar sair dos EUA para “aderir ao Al-Shabab como combatentes estrangeiros”. Outros 19 já tinham conseguido sair do mesmo estado entre 2007 e 2009 com o mesmo objetivo, acusou o Departamento de Justiça, de acordo com o jornal The Washington Post.
“Como está demonstrado pelas acusações, estamos vendo um número cada vez maior de pessoas, inclusive cidadãos dos EUA, que vêm sendo cativadas por ideologias extremistas e agiram para perseguir objetivos terroristas, tanto no país quanto no exterior”, afirmou o procurador-geral, que agradeceu o apoio das lideranças muçulmanas nos EUA para encontrar e denunciar os acusados.
Ajuda aos pobres
Em uma terceira operação hoje, agentes do FBI prenderam as somalis Amina Ali Farah e Hawo Mohamed Hassan. As mulheres, que moram no Minnesota e são cidadãs naturalizadas dos EUA, foram acusadas de “fornecer apoio material a terroristas, entre outros crimes”, tanto nos Estados Unidos quanto no Canadá.
“A acusação é de que essas duas mulheres angariavam verbas para apoiar o Al-Shabab por meio de solicitações de porta em porta e teleconferências em comunidades somalis. Em alguns casos, estes fundos foram criados sob o falso pretexto de que seriam usados para ajudar os pobres e necessitados”, alegou Holder.
O grupo Al-Shabab é o mesmo acusado de cometer o atentado em Uganda contra torcedores que assistiam à final da Copa do Mundo. Na ocasião, 76 pessoas morreram. Uganda e o Burundi são dois dos países que mantêm tropas entre as forças de paz da União Africana na Somália, país assolado há cerca de 20 anos por uma guerra civil entre fundamentalistas e facções seculares.
No dia 1º de maio, o comandante do Al-Shabab em Mogadíscio, capital somali, Fouad Mohammed Khalaf, foi alvo de um atentado fracassado dentro de uma mesquita da cidade. O grupo acusou a companhia de segurança norte-americana Blackwater de ter organizado o ataque. O Al-Shabab controla grande parte do sul da Somália, e luta contra o governo para tentar impor no país a sharia (lei islâmica) de forma rigorosa.
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