Atualizada às 14:40
As forças argelinas realizam neste sábado (19/01) um ataque final ao grupo armado que invadiu um campo de tratamento de gás e manteve centenas de trabalhadores como reféns, informaram autoridades do país citadas por jornais locais.
Autoridades britânicas e norueguesas confirmaram que a investida já terminou com sucesso das forças argelinas. Ao lado do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, o ministro de Defesa do Reino Unido, Phil Hammond, afirmou que o número de mortos ainda não foi informado e responsabilizou os “terroristas” pelas vítimas.
Efe
Operação do Exército da Argélia aconteceu nesta quinta, após seqüestro de centenas de argelinos e estrangeiros na quarta
A crise dos reféns eclodiu nesta quarta-feira (16/01) quando um grupo armado sequestrou centenas de argelinos e dezenas de estrangeiros em um campo de gás no deserto da Argélia e foi seguido de uma operação militar do Exército argelino contra a zona residencial do complexo, onde estava preso o maior grupo de reféns. O campo é operado pela companhia petrolífera Noruega Statoil, a argelina Sonatrach e a britânica BP.
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Mais da metade dos 132 reféns estrangeiros e 573 argelinos foram libertados por oficiais argelinos nesta sexta-feira (18/01).
O número de mortos e feridos nos confrontos segue indefinido. Segundo um balanço provisório recolhido pela agência estatal argelina APS, pelo menos 18 membros do grupo armado teriam sido mortos na operação do Exército argelino de quinta-feira (17/01) que bombardeou o campo de gás com os reféns dentro.
Há relatos de uma fonte da agência mauritana ANI de que 35 reféns e 16 sequestradores foram mortos no bombardeio. A rede de TV Al-Jazeera informou sobre a morte de 34 reféns, citando suas próprias fontes. Segundo dados oficiais, pelo menos 12 reféns morreram nesta quinta (17/01).
Oficiais anônimos informaram à APS que 7 insurgentes foram mortos neste sábado (19/01) durante a investida argelina. Outro jornal local, citado pela Agência Efe, afirmou que os reféns remanescentes no local também morreram na operação, mas não está claro se foram vítimas de confronto ou dos próprios sequestradores.
O premiê romeno, Victor Ponta, informou que um cidadão de seu país foi morto neste sábado (19/01) durante a operação e outro foi libertado. No total, eram cinco os romenos sequestrados no complexo industrial.
De acordo com jornais argelinos, o exército do país libertou 7 reféns estrangeiros neste sábado (19/01). Ainda não está claro quantos reféns permanecem no campo de gás sob controle do grupo armado.
As autoridades argelinas não se pronunciaram, oficialmente, sobre a operação deste sábado (19/01).
Responsáveis
O ministro do Interior argelino, Daho Ould Kablia, garantiu nesta quinta-feira (17/01) que a operação havia sido “planejada e supervisionada pelo terrorista Mojtar Belmojtar do território líbio”. Precisamente, o argelino Belmojtar, emir da denominada “Brigada dos mascarados” reivindicou a autoria o ataque e afirmou que foi realizado por uma célula conhecida como “Signatários com Sangue”, criada em dezembro para tomar represálias em caso de uma intervenção militar internacional no Mali contra os grupos religiosos extremistas que controlam desde junho o norte do país.
Especialistas em segurança, porém, dizem que o ataque parecia ter sido planejado há muito tempo. Belmojtar foi um dos artífices em 2003 do sequestro de 32 turistas estrangeiros no deserto argelino.
Por meio da mídia mauritana, os membros da Brigada afirmaram que tinham dúzias de homens armados com morteiros e mísseis antiaéreos, além de terem enchido o lugar com explosivos. “Consideramos o governo argelino, o governo francês e os países dos reféns completamente responsáveis se nossas demandas não forem cumpridas, e é por conta deles parar a brutal agressão contra nossas pessoas no Mali”.
Os sequestradores alertaram a população para que fique longe de instalações de empresas estrangeiras no setor de óleo e gás, ameaçando desfechar mais ataques, segundo informou a agência de notícias ANI, da Mauritânia, citando um porta-voz do grupo.