A FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), divulgou nesta segunda-feira (30/04) que irá criar, junto com os países africanos, um fundo de combate à fome para garantir a segurança alimentar no continente. As doações serão feitas por países do continente e por instituições interessadas em ajudar. A proposta foi apresentada pela instituição durante a Conferência Regional da FAO na África, realizada na última semana em Brazzaville, no Congo.
De acordo com a proposta, esse fundo não iria substituir as doações que o continente já recebe de outros países e organizações, mas iria complementar esses donativos. O dinheiro seria utilizado, principalmente, para ajudar os países do Chifre da África (como a Somália) e da região do Sahel (que compreende Mauritânia, Chade, Níger, Mali e Sudão) a combater a fome da população provocada, entre outros motivos, por secas.
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Diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva afirmou, durante o lançamento da proposta, que os países africanos exportadores de petróleo “têm a grande oportunidade de promover o desenvolvimento econômico e social do continente” ao ajudar os mais pobres a combater a falta de segurança alimentar. “Eu gostaria de pedir às nações africanas, especialmente àquelas produtoras de petróleo, para investir parte dos seus recursos em agricultura de maneira sustentável que não danifique o meio ambiente”, afirmou.
Já o presidente do Congo, Denis Sassou Nguesso, pediu “esforços concretos” na criação deste fundo para que o continente possa alcançar uma segurança alimentar sustentável e que possa, assim, estabelecer um clima permanente de paz e consenso.
Pelo acordo, a FAO irá agora visitar os países africanos para negociar a forma como os desembolsos serão feitos para, então, detalhar o projeto. Segundo a FAO, algumas instituições que já ajudam no combate à fome fizeram uma doação simbólica como forma de apoio à ideia. A conferência reuniu 45 países do continente e discutiu, entre outros assuntos, formas de aumentar a produtividade dos pequenos fazendeiros e o seu acesso a mercados, além de regiões em que a FAO precisa concentrar esforços no combate à fome.