A prefeita de Barcelona, Ada Colau, criticou a Festa Nacional da Espanha na noite de segunda-feira (12/10), classificando a celebração como “genocídio” na América.
Rafael Duque/Opera Mundi
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O tradicional evento no país comemora a chegada do explorador Cristovão Colombo nas Américas, fato tido pelos colonos europeus como um “descobrimento” do continente.
“Vergonha de um Estado que celebra um genocídio ainda por cima com um desfile militar que custa 800 mil euros”, afirmou Colau em sua conta no Twitter, acrescentando a hashtag “resistência indígena”.
Primeira mulher a governar Barcelona, Ada Colau assumiu o cargo em 13 de junho de 2015 e é um dos principais nomes da coalizão Barcelona en Comú, aliada do partido de esquerda Podemos.
Vergüenza de estado aquel q celebra un genocidio, y encima con un desfile militar q cuesta 800mil €! #ResACelebrar #ResistenciaIndigena
— Ada Colau (@AdaColau) 12 outubro 2015
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As críticas de Colau foram debatidas por internautas e seguidas por outros políticos espanhóis de orientação de esquerda. No microblog, o prefeito de Cádiz, José María González, também aliado ao Podemos, criticou o evento.
“Nunca descobrimos a América, massacramos e saqueamos um continente e suas culturas em nome de Deus. Nada a celebrar”, afirmou González, também conhecido como Kichi, no microblog.
“Creio que a Festa Nacional deveria recordar a libertação própria e não a escravidão do outro. Modestamente”, declarou na mesma linha, a líder andaluza do Podemos, Teresa Rodríguez, no Twitter.
O desfile militar da Festa Nacional da Espanha decorreu na manhã de segunda-feira na praça Netuno, em Madri. Com presença de membros da realeza espanhola, o evento contou com a participação de 3400 militares, 48 veículos blindados, 53 aeronaves, além de um coquetel para mais de 1.500 convidados oferecido pela família real.
EFE
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