Centrais sindicais francesas e entidades estudantis realizam diversas manifestações na França nesta quinta-feira (31/03) contra o projeto do presidente do país, François Hollande, que propõe uma reforma trabalhista no país. A proposta flexibiliza direitos com o objetivo, segundo o governo, de reduzir o índice de desemprego, atualmente superior a 10%.
Agência Efe
Debaixo de chuva, estudantes vão às ruas de Paris contra projeto de lei do governo Hollande que flexibiliza direitos trabalhistas
A paralisação atinge os setores de transporte aéreo, ferroviário, metroviário e rodoviário. Há alterações também em serviços públicos, como hospitais e emissoras estatais, e escolas estão fechadas.
De acordo com os organizadores, centenas de milhares participam das manifestações.
Em Paris, a polícia reprimiu com gás lacrimogêneo nesta manhã um protesto de jovens e estudantes secundaristas. Cerca de dez manifestantes foram presos. Debaixo de chuva, eles atiravam ovos, lançavam rojões e seguravam cartazes contra a lei proposta pela ministra do Trabalho, Myriam El Khomri.
Agência Efe
Polícia reprime protesto e prende cerca de dez estudantes que protestavam contra reforma trabalhista na capital francesa
Cerca de 20% dos voos do aeroporto Orly, em Paris, foram cancelados, e a torre Eiffel não abriu para visitação.
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Segundo a CGT (Confederação Geral do Trabalho), 100 mil pessoas participam dos protestos em Paris, enquanto a polícia estima 30 mil participantes.
Em Nantes e Rennes, também houve confrontos entre os estudantes e a polícia. Segundo a imprensa local, vários manifestantes foram detidos.
Agência Efe
Trabalhadores acendem rojões durante protesto contra reforma trabalhista na cidade de Bordeaux, no sudoeste do país
Reforma flexibiliza direitos
Um dos principais aspectos da reforma é alterar a jornada de 35 horas de trabalho semanais. O limite seria oficialmente mantido, mas será permitido às companhias organizar horas de trabalho alternativas — como trabalhar de casa — o que, no final, poderia resultar em até 48 horas de trabalho por semana. Em “circunstâncias excepcionais”, o limite poderá ser de até 60 horas por semana.
A proposta permite também que as empresas deixem de pagar as horas extras aos funcionários que trabalharem mais de 35, recompensando-os com dias de folga.
Em 9 de março, estudantes e sindicalistas também realizaram protestos em 200 cidades francesas contra a lei, que será examinada no parlamento em abril. Entidades de trabalhadores já convocaram novas manifestações para a próxima semana.