Reprodução/Twitter
Grupo de manifestantes faz rechaço ao presidente paraguaio, Federico Franco, nesta quarta-feira (15/08)
Enquanto Federico Franco oferecia uma coroa de flores à Virgem de Assunção em comemoração ao aniversário de 475 anos da capital paraguaia, escoavam gritos chamando o presidente de “golpista”.
Um grupo de pelo menos 40 pessoas acompanhou a cerimônia desta quarta-feira (15/08) em frente ao Panteão Nacional dos Heróis para fazer um escracho contra Franco, informaram jornais locais. O presidente teve de se esconder em um restaurante próximo ao monumento para fugir dos manifestantes que continuaram reunidos para protestar contra seu mandato golpista, disse o jornal paraguaio Ultima Hora.
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O atual presidente tomou posse após um processo de impeachment inconstitucional contra Fernando Lugo no dia 22 de junho deste ano, que diversos movimentos sociais e analistas caracterizaram como golpe. Nesta quarta-feira (15/08), Lugo completaria exatos quatro anos no cargo da presidência.
Insatisfação crescente
O protesto vem um dia depois de uma grande manifestação em Assunção contra o governo de Franco. Centenas de paraguaios marcharam nesta terça-feira (14/08) carregando bandeiras e cartazes criticando os rumos adotados pela nova administração paraguaia e rejeitando o golpe parlamentar contra Lugo.
A manifestação era um dos eventos previstos no Fórum Social, realizado nestas terça e quarta-feira (14 e 15/08) pela organização “Paraguai Resiste”, criada após o impeachment de Lugo. Anunciado como apartidário, o evento visa o debate sobre a atualidade política, econômica e social do país, entre estudantes, camponeses, indígenas e ativistas.
Os controversos projetos autorizados por Franco com multinacionais que podem ameaçar o meio ambiente do país estão entre a pauta dos participantes. “Fora Rio Tínto” foi um dos gritos, em referência ao projeto governista de instalação da multinacional mineira em território paraguaio. Entre as medidas questionadas está a habilitação do plantio de algodão transgênico e a construção de uma fábrica de alumínio.
Repressão
Organizações e movimentos sociais também denunciam Franco por repressão a críticos de seu governo por meio de prisões arbitrárias e demissões de funcionários públicos. “Recebemos diversos comunicados de pessoas que foram presas ou processadas arbitrariamente”, contou ao Opera Mundi Xímena Lopez, responsável pelo departamento jurídico da Codehupy (Coordenadoria dos Direitos Humanos no Paraguai, na sigla em espanhol).
Membros da Frente Guasú alertam que a medida faz parte de uma perseguição política a pessoas que se dizem simpatizantes ao governo deposto. Lugo já havia alertado no início do julho, em uma nota oficial, que o novo governo paraguaio planejava demissões em massa visando principalmente funcionários taxados como apoiadores do antigo governo – 300 delas somente em Itaipu.