A freira espanhola Maria Gómez, de 80 anos, acusada de seqüestrar diversos recém-nascidos para vendê-los a outras famílias desde a Guerra Civil que acometeu o país na década de 1930, foi condenada nesta sexta-feira (13/04) pelo crime de “cárcere privado e falsificação de documentos”.
Até o momento, a religiosa foi a única pessoa a ser intimada e condenada pela Justiça espanhola. Durante a audiência, ela se recusou a prestar qualquer tipo de esclarecimento sobre o caso, lançando mão de seu direito de silêncio. A polícia espanhola começou a investigar as queixas de desaparecimento de bebês depois que foi alertada sobre as ocorrências por uma associação de parentes de pessoas desaparecidas.
Maria teria integrado uma ampla rede de comércio de crianças que contava com a colaboração de outras freiras, médicos, enfermeiras e parteiras. À época dos raptos, os recém-nascidos eram dados como natimortos pelos sequestradores. Há suspeitas de que o grupo continuou atuando até a década de 1990, mais de 70 anos após o fim da Guerra Civil Espanhola.
Segundo o portal Newser, uma mãe de uma criança desaparecida alega que a irmã Maria Gómez também ameaçou raptar outro de seus filhos. “Pare de me perguntar onde está seu bebê, ou também vou levar sua filha embora e você será presa por adultério”, teria ameaçado a freira.
Milhares de crianças teriam sido sequestradas durante a ditadura de Francisco Franco na década de 1930. O objetivo era livrar as crianças de pais “indesejáveis”, de ideologia mais à esquerda, e destiná-las a pessoas de pensamento mais conservador, isto é, “apropriadas”.
NULL
NULL