A comissária nacional da Polícia da África do Sul, Riah Phiyega, defendeu nesta sexta-feira (17/08) os policiais que mataram a tiros pelo menos 34 mineiros que faziam uma greve. Segundo ela, os policiais agiram em legítima defesa. Pelo menos 78 trabalhadores ficaram feridos.
Efe
Manifestantes sul-africanos protestam na Cidade do Cabo contra assassinato de mineiros no Noroeste do país
Os trabalhadores da Mina de Lonim, no Noroeste da África do Sul, reivindicavam um aumento de 12% dos salários e melhoria nas condições de trabalho. O ataque, o episódio mais violento no país desde o fim do regime de segregação racial, reabriu as feridas do apartheid, extinto em 1994. As emissoras de televisão sul-africanas reproduzem imagens do tiroteio, onde os mineiros aparecem armados com paus e ferros tentando reagir aos policiais armados com revólveres, fuzis e metralhadoras.
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O presidente sul-africano, Jacob Zuma, orientou as autoridades da região de Marikana, onde ocorreu a tragédia, a tomar medidas drásticas para pôr fim à violência, segundo informações não confirmadas. De acordo com a comissária da Polícia, os policiais foram obrigados a usar armas, depois de terem utilizado barreiras de arame farpado e balas de borracha, além de canhões de água.
Nesta sexta, em comunicado oficial, Zuma, declarou-se “comovido e consternado por esta violência sem sentido”. A atuação da polícia gerou críticas de partidos políticos e associações civis, que pedem uma investigação sobre o caso. Riah Phiyega disse que no total foram detidos 279 mineiros, antes e depois do tiroteio, por suspeitas de furto, agressão e até homicídio. Segundo ela, um dos presos estava com arma de fogo.