O governo alemão descartou nesta segunda-feira (27/06) qualquer possibilidade de “conversas informais” sobre a saída do Reino Unido da UE (União Europeia) antes de o governo britânico apresentar uma notificação oficial ao bloco.
Agência Efe
Chanceler alemã Angela Merkel diz entender necessidade de tempo para Reino Unido, mas refuta “suspensão de longo-prazo”
Em entrevista coletiva, o porta-voz da Chancelaria, Steffen Seibert, afirmou que o processo de delisgamento só será iniciado quando o Reino Unido ativar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que regulamenta a retirada de um Estado-membro da UE.
Na quinta-feira (23/06), a população britânica decidiu em um plebiscito que a união de países deve deixar a União Europeia. A opção do “Brexit” (acrônimo inglês formado pela união de “Britain”- Grã-Bretanha – e “exit” – saída) venceu por 52%.
De acordo com Seibert, as autoridades alemãs entendem a necessidade de um tempo “razoável” para que Londres possa apresentar seu comunicado a Bruxelas e, assim, ativar o processo de desligamento da UE, para o qual não há prazos fixados.
Ele pediu também que os 27 parceiros europeus mantenham uma posição comum e única diante da situação a fim de “não fortalecer as forças centrífugas” da União Europeia.
A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou a jornalistas ter “certa compreensão” com o fato de o Reino Unido precisar de tempo para analisar sua situação, mas disse que uma “suspensão de longo-prazo” não serviria ao interesse de ninguém.
“A realidade é que a maioria de cidadãos britânicos votou para sair [da União Europeia] … então eu espero um comunicado sobre o Artigo 50 do Reino Unido endereçado à União Europeia”, disse Merkel.
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Nesta segunda-feira, Merkel se reunirá com o presidente francês, François Hollande, e o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi a fim de discutir o “Brexit”. O encontro será uma prévia da reunião agendada para esta terça-feira (28/06) com todos os líderes do bloco.
Uma vez que se invoque o Artigo 50, é estabelecido um prazo de até dois anos para que se alcance um acordo entre o país que deixa a União Europeia e os demais.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que anunciou sua intenção de renunciar ao cargo, disse que deixará a seu sucessor a tarefa de negociar a saída britânica.
A campanha pelo “Brexit”, por sua vez, afirma que não há pressa em abandonar o bloco europeu.