O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou nesta quarta-feira (18/01) que a fase pública de negociações de paz com o ELN (Exército de Libertação Nacional) começará no dia 7 de fevereiro após o ELN concordar em liberar o ex-deputado Odín Sánchez, sequestrado em abril de 2016.
“Está sendo um processo muito difícil, mas esta segunda fase, que começa no próximo mês, é extremamente importante, porque nos permitirá alcançar a paz completa, não só com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC)”, afirmou Santos durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
A libertação de Sánchez, considerada pelo presidente colombiano como um ‘requisito para negociar’, ocorrerá no dia 2 de fevereiro, mesma data em que entrará em vigor um indulto aos guerrilheiros, condições discutidas na última reunião em Quito entre delegações do governo e do ELN na semana passada.
“Essas ações serão acompanhadas por comissões humanitárias compostas pelos países garantes, a Igreja católica, o governo e o ELN”, segundo comunicado conjunto publicado pelas delegações.
Agência Efe
Chefe da delegação do governo colombiano, Juan Camilo Restrepo, e líder de negociações do ELN, Pablo Beltrán, se reuniram em Quito, no Equador
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“Na última semana, conseguimos superar os obstáculos que ainda perduravam para poder marcar o local e a data do início das negociações formais. Vamos começar um caminho que deve nos conduzir a aperfeiçoar a paz na Colômbia. Tendo chegado a um acordo com as FARC, é o nosso propósito chegar a acordos de paz também com o ELN”, disse o chefe da delegação do governo, Juan Camilo Restrepo.
Por parte do ELN, os ‘gestores de paz’ nomeados foram Juan Carlos Cuéllar e Eduardo Martínez Quiroz, embora ambos se encontrem presos em Medellín.
“Ambos são feridos de guerra e tem situações delicadas de saúde. Seriam libertações humanitárias”, declarou Pablo Beltrán, chefe da delegação do ELN, que ainda destacou que as discussões são importantes para “superar o conflito armado e criar condições para transformações que dignifiquem a sociedade colombiana”.
As negociações entre governo e o ELN tiveram início em início em 2014 e no fim de março e em outubro do ano passado, o grupo e o governo colombiano já haviam anunciado o início de uma fase pública de negociações de paz, cuja abertura foi condicionada pelo governo à solução de algumas “questões humanitárias”, como o fim dos sequestros, mas as etapas foram adiadas após o sequestro de Odin Sánchez.