O governo da Bolívia rechaçou nesta sexta-feira (25/11) um relatório da Defensoria do Povo que responsabiliza o ex-ministro do Interior, Sacha Llorenti, e o ex-vice-ministro da pasta, Marco Farfán. Eles foram acusados de terem cometido excessos contra os participantes da marcha indígena que cruzou o país em agosto.
O ministro do Interior, Wilfredo Chávez, disse que as conclusões e recomendações do informe são “absolutamente” impossíveis de serem atendidas e que “não têm relação com os fatos ocorridos”.
O boletim também foi rechaçado pela ministra de Transparência e Luta Contra a Corrupção, Nardi Suxo. Segundo ela, o documento é “completamente tendencioso”.
O relatório, que foi apresentado na quarta-feira pelo Defensor do Povo Rolando Villena, afirma que foram encontrados indícios de violações aos direitos humanos em um ataque da polícia boliviana a um acampamento indígena. Na ocasião, segundo o relatório, foram lançadas bombas de gás lacrimogêneo contra as pessoas que estavam acampadas.
A imprensa local divulgou na ocasião que as forças policiais chegaram a ferir e prender diversos manifestantes indígenas durante a operação.
Llorenti justificou a repressão na época afirmando que a medida foi tomada para “evitar” conflitos entre a população. Segundo ele, a força policial tinha “ordens precisas” de atuar “no marco das normas constitucionais e legais”.
Em 15 de agosto deste ano, os indígenas iniciaram uma marcha em direção à capital La Paz em protesto à construção da segunda parte da rodovia Villa Tunari-San Ignácio de Moxos, que corta ao meio a reserva natural Tipnis, a maior do país e que abriga um grande número de povos.
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