Quarta-feira, 18 de junho de 2025
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Incidentes violentos foram registrados neste sábado (11/01) em Paris durante as manifestações contra a reforma da aposentadoria. O primeiro-ministro Édouard Philippe anunciou uma suspensão provisória de uma proposta do projeto que aumentaria de 62 para 64 anos a idade para requerer o benefício integral. 

Convocadas por diversas centrais sindicais, diversas manifestações contra a reforma da aposentadoria foram registradas em todas as regiões da França, mas a mobilização mais importante foi programada durante a tarde, em Paris.

Na capital, o cortejo reunindo milhares de pessoas saiu da Praça da Nação, no leste, em direção à Praça da República, na região central da cidade. Durante o trajeto, muitos incidentes foram registrados.

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Manifestantes vestidos de preto e usando máscaras, ao lado de representantes do movimento coletes amarelos, incendiaram objetos e quebraram vitrines. Projéteis foram lançados contra policiais que responderam com gás lacrimogêneo.

Lojas comerciais e agências bancárias foram invadidas. De acordo com as autoridades de segurança pública da capital, os ataques aconteceram com clientes dentro dos locais que foram alvos dos “baderneiros”.

O primeiro-ministro Édouard Philippe anunciou uma suspensão provisória de uma proposta do projeto que aumentaria de 62 para 64 anos a idade para requerer o benefício integral

Fotos Públicas

Policiais em protestos violentos em Paris

Muitos manifestantes presentes no protesto postaram vídeos nas redes sociais mostraram os momentos de tensão durante o protesto na capital.

Em Nantes, no oeste do país, também foram registrados confrontos entre manifestantes e policiais.

Recuo do governo

O governo francês anunciou a retirada “provisória” de uma controversa medida que previa adiar em dois anos a idade para requerer o benefício integral da aposentadoria, o que na França ficou conhecida como “idade pivô” ou “idade de equilíbrio”.

A proposta foi encaminhada por meio de uma carta enviada pelo primeiro-ministro Édouard Philippe às centrais sindicais.  “Com a intenção de demonstrar minha confiança nos interlocutores sindicais, estou disposto a retirar a curto prazo do projeto de lei a medida que havia proposto, que consiste em convergir progressivamente a partir de 2022 até uma idade de equilíbrio de 64 anos em 2027”, escreveu o premiê.

No entanto, Édouard Philippe condicionou a retirada definitiva da medida a um “acordo sobre o equilíbrio e o financiamento das pensões” durante um encontro previsto com as lideranças sindicais e representantes do patronato francês.  Caso contrário, segundo Édouard Philippe, o governo vai adotar por meio de decretos “as medidas necessárias para alcançar o equilíbrio até 2027”.

A central sindical CFDT, que se opunha à proposta, aprovou a iniciativa do primeiro-ministro e considerou um sinal “da vontade do compromisso do governo”.  As lideranças da central sindical disseram que vão continuar as negociações para a adoção do futuro regime universal de aposentadoria proposto pelo governo.

Paralisação afeta vários setores

Neste 38° dia de greve contra o projeto de reforma, os transportes públicos continuam parcialmente afetados na capital francesa. A paralisação atinge vários outros setores como petroleiro, advocacia e cultural.

A tradicional Ópera de Paris, que deveria retomar sua programação neste sábado, cancelou a apresentação do espetáculo O Barbeiro de Sevilha.  Com a greve história que já dura mais de cinco semanas, os prejuízos da instituição são estimados em €12,3 milhões (R$ 55 milhões).