Diplomatas da Organização dos Estados Americanos (OEA) foram impedidos neste domingo (27) de entrar em Honduras, de acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos do país, Armando Veloz. Os representantes vinham de El Salvador e chegaram a desembarcar na capital hondurenha.
O objetivo do corpo diplomático é preparar a chegada da missão principal da OEA, que virá com 15 diplomatas na terça-feira para negociar uma solução para a crise entre o governo golpista e o grupo do presidente deposto, Manuel Zelaya.
A administração de Roberto Micheletti tomou a medida com a justificativa de que os diplomatas não entregaram suas credenciais à chancelaria hondurenha. A OEA, as Nações Unidas e o Brasil não reconhecem a legitimidade dos golpistas e, por isso, os funcionários não enviaram pedido formal ao país.
Interlocutores do grupo golpista dizem que a estratégia é forçar a comunidade internacional a reconhecer a administração que afastou Zelaya.
Domingo de tensão
As tensões foram elevadas neste domingo depois de o governo golpista pedir ao Palácio do Planalto que defina a situação de Zelaya, abrigado na Embaixada do Brasil, em um prazo de 10 dias. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já refutou a cobrança dos golpistas.
Em nota distribuída antes de os golpistas impedirem a entrada da delegação da OEA no país, a chancelaria divulgou: “nenhum país pode tolerar que uma embaixada estrangeira seja utilizada como base de comando para gerar violência e romper a tranquilidade, como o senhor Zelaya tem feito desde sua entrada em território nacional”.
Pouco depois, o presidente deposto falou em uma “ofensiva final” contra os golpistas. Em seguida, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, telefonou a Zelaya para pedir que ele se contivesse.
“Se o Zelaya extrapolar, vamos chamá-lo e dizer que não é politicamente correto utilizar a embaixada brasileira para ficar fazendo incitação a qualquer coisa além do espaço democrático que nós estamos dando para ele”, disse o presidente Lula em Isla Margarita, após encontro entre nações da América do Sul e da África.
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