O governo de Portugal aprovou nesta quinta-feira (02/08) a privatização completa da TAP, companhia aérea portuguesa, por meio de uma venda privada direta, seguida de uma oferta pública de ações para os seus empregados.
Em comunicado, o Executivo explicou que a operadora será submetida a “uma estratégia integrada de venda” cujo objetivo é “maximizar a participação e o investimento de um ou mais interessados que possam se transformar em acionistas de referência”.
Wikicommons
Airbus A330-200 da companhia portuguesa; a TAP possui 71 aeronaves e cobre 64 destinos.
A venda da TAP, propriedade da estatal Parpública, faz parte do programa de privatizações a que Portugal se comprometeu em troca de um empréstimo de 78 bilhões de euros da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional).
A operação será articulada em duas fases: uma venda direta a um ou mais investidores e uma oferta pública reservada a trabalhadores da empresa. No entanto, o governo não revelou em seu comunicado o percentual que será vendido diretamente e quanto será reservado aos empregados da companhia.
NULL
NULL
Também não se sabe oficialmente a data limite para a entrega das propostas de compra da companhia aérea, embora a imprensa portuguesa tenha afirmado que será no dia 7 de novembro. A previsão é que a privatização da TAP, assim como a da gestora aeroportuária ANA, seja concluída ao longo deste ano, como confirmou em junho o ministro das Finanças, Vítor Gaspar.
No entanto, não se sabe quanto o Estado português irá lucrar com ambas as transações, mas alguns veículos de comunicação especularam um valor em torno de 1 bilhão de euros.
Em 2011, a TAP lucrou 3,1 milhões de euros, frente ao lucro recorde de 62 milhões de euros do ano anterior, e transportou 9,8 milhões de passageiros. Com cerca de 13 mil funcionários, a empresa dispõe de 71 aviões, cobre 64 destinos em 30 países e realiza em média 1.850 voos semanais, segundo dados da companhia.
Especula-se que tenham interesse na TAP os grupos IAG, formado pela British Airways e pela espanhola Iberia; a colombiana Avianca; a Latam, maior companhia aérea da América Latina (fusão entre a chilena LAN e a brasileira TAM); a Qatar Airways; a turca Turkish Airways; e a alemã Lufthansa.
A meta do governo lusitano é conseguir, no total, aproximadamente 5,5 bilhões de euros com as privatizações. Com as vendas das companhias energéticas EDP (2,7 bilhões de euros) e REN (592 milhões de euros), Portugal já garantiu mais da metade das receitas previstas com as privatizações.