Morre em Leipzig, em 4 de novembro de 1847, aos 38 anos, Felix Mendelssohn Bartoldy, grande compositor alemão do século XIX. Mendelssohn compôs com apenas 16 anos a abertura da suíte “Sonhos de Uma Noite de Verão” que inclui a famosíssima Marcha Nupcial, possivelmente o fragmento musical mais executado em todo o mundo ao longo da história.
Mendelssohn começou a compor aos 9. Muitos vêem Mozart como o maior exemplo de prodígio precoce da história da música. Mas o gênio de Salzburg, até a idade adulta, compôs peças que os críticos jamais incluem entre suas obras-primas. Muito mais tarde, já adulto e artista consagrado, propôs-se a rever a peça. Não conseguiu fazer senão algumas insignificantes modificações.
Mendelssohn nasceu em 1809, filho do banqueiro Abraham Mendelssohn e de Lea Salomon e neto do filósofo judeu-alemão Moses Mendelssohn, membro de uma família judaica, mais tarde convertida ao cristianismo.
Mendelssohn era certamente o músico pessoalmente mais bem-sucedido do século XIX. O mais intenso período de sua vida ocorreu quando foi indicado em 1835 como administrador, diretor musical e regente da orquestra Gewandhaus de Leipzig. Em pouco tempo, elevou a qualidade da vida musical na cidade ao nível das maiores capitais da Europa e em 1842 fundou o conservatório local com o fim de manter os padrões de excelência.
A escola seria vista como a melhor instituição de sua categoria em todo o mundo nos 50 anos que se seguiram. Em 1841, foi nomeado diretor da seção musical da Academia de Artes de Berlim, um empreendimento cultural recém instituído pelo rei Frederico da Prússia, quem lhe pediu que não só supervisionasse e regesse uma ampla variedade de programas, mas também compusesse, a pedido da coroa, complementos para a música incidental a sua deslumbrante Abertura para “Sonho de uma Noite de Verão” de 1826.
Mendelssohn viajou como maestro convidado e compositor incessantemente e em março de 1837 assumiu responsabilidades adicionais de vida familiar quando se casou com Cécile Jeanrenaud. “Ligaria trabalho com mais trabalho, sucesso após sucesso, recebendo homenagens e mais homenagens e listando um número cada vez maior de admiradores e amigos” notou seu biógrafo, George Marek.
Antes de uma interrupção sabática entre 1844-1845, recebeu convite para reger a Orquestra da Sociedade Filarmônica de Londres durante o final da primavera de 1844. Chegou à Inglaterra em maio, propondo-se a tocar a Nona Sinfonia de Franz Schubert em Dó Maior “A Grande” que havia estreado na Gewandhaus 5 anos antes, mas os músicos riram-se às gargalhadas da extensão e da dificuldade de execução de seu final que teve de recuar de sua intenção, recusando-se, no entanto, a executar a sua popular Abertura Ruy Blas como compensação.
Sua temporada em Londres, porém, foi um estrondoso sucesso que o acompanhou em suas oito visitas posteriores ao país. Regeu o Concerto para Violino de Beethoven tendo como solista Joseph Joachim, o mais influente violinista de seu tempo. Apresentou também a íntegra de “Sonho de uma Noite de Verão” além de participar de intermináveis compromissos sociais e saraus de música de câmara.
Mendelssohn retornou à Alemanha para comandar o Festival de Música de Zweibrücken. Consumiu o verão todo para compor, em sua casa de Frankfurt, o principal projeto o Concerto para Violino dedicado ao ‘spala’ da orquestra de Gewandhaus, Ferdinand David.
No começo de 1845, depois de cortar significativamente suas obrigações com a Academia de Música, organizou-se para se dedicar exclusivamente à composição. Concluiu Elijah, programada para estrear no Festival de Birmingham no ano seguinte, completou suas sinfonias entre as quais se destaca a 4ª Sinfonia op. 90 “Italiana” e terminou o Quarteto de Cordas em Si Bemol Maior op. 87 e o Trio em Dó menor, op. 66.
No outono, o rei as Saxônia convenceu-o a retornar a seu posto na Gewandhaus. O frenético ritmo de vida foi então reativado o que o levou à morte em menos de dois anos.
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