No dia 25 de abril de 68, São Marcos Evangelista, um dos Setenta Discípulos enviados por Jesus para saturar a Judeia com o evangelho, morre como mártir Alexandria, cidade onde fundou uma igreja.
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Havia sido arrastado com uma corda no pescoço de Alexandria até o porto de Bucoles, e acabou morrendo estrangulado. No século IX, suas relíquias foram trasladadas para Veneza. Ali foram guardadas numa linda catedral erigida em sua honra. Padroeiro da cidade, é mostrado na liturgia católica com um leão com asas, emblemas da Sereníssima República.
Era filho de Maria de Jerusalém e primo de Barnabé, um levita à época que encontrou Jesus. Marcos acompanhou ele e Paulo até a Antióquia em 44 e depois rumou para o Chipre. Também acompanhou Paulo em sua primeira jornada missionária, mas retornou logo a Jerusalém. Estava com o apóstolo em Roma durante sua primeira prisão. Uma antiga tradição diz que Marcos foi o primeiro bispo de Alexandria e é provavelmente o João Marcos a que se referem os Atos de São Paulo.
Marcos escreveu o Segundo Evangelho nos anos 60, baseado nos ensinamentos de Pedro. Por essa razão é chamado de Intérprete de São Pedro pelos seus contemporâneos. Acredita-se que Marcos proporcionou a Mateus e Lucas fontes básicas para os seus evangelhos.
De acordo com Eusébio de Cesareia, Herodes Asgripa I, em seu primeiro ano de governo na Judeia (41 d.C.), matou Tiago, filho de Zebedeu, e prendeu Pedro, planejando matá-lo após a Páscoa judaica. Pedro, contudo, foi salvo milagrosamente por anjos e escapou do reino de Herodes. Depois de muitas viagens pela Ásia Menor e pela Síria, chegou a Roma no segundo ano do imperador Cláudio (42 d.C.). Em algum ponto pelo caminho, Pedro encontrou Marcos, restaurou sua fé em Jesus e tomou-o como companheiro de viagem e intérprete.
A pregação de Pedro na cidade teve tanto sucesso que ele foi presenteado pelos habitantes da cidade com uma estátua e, a pedidos da população, Marcos escreveu os sermões de Pedro, compondo assim o Evangelho segundo Marcos.
Ele partiria para Alexandria no terceiro ano de Cláudio (43 d.C.). Lá, fundou a Igreja de Alexandria, cuja sucessão até os dias de hoje é alegada por diferentes denominações, principalmente pela Igreja Ortodoxa Copta.
A evidência de que o autor do Evangelho é Marcos vem de Pápias de Hierápolis, nos fragmentos de sua “Exposição dos oráculos do Senhor”. Especulações surgiram por conta da confusão entre Marcos, o evangelista, João Marcos e Marcos, primo de Barnabé, que podem ter sido a mesma pessoa. Uma delas o identifica como o homem que carregou água para a casa onde a Última Ceia teve lugar. Foi para a casa de Maria, mãe de João Marcos, que Pedro retornou após ser libertado da prisão. Esta casa era o local de encontro dos primeiros cristãos, muitos dos quais estavam ali rezando na noite em que ele foi libertado.
A Igreja Ortodoxa Copta mantém a tradição de que Marcos foi um dos Setenta Discípulos enviados por Cristo, o que é confirmado pela lista de Hipólito. Porém, adotou a tradição que mescla as figuras de Marcos com João Marcos. Acredita que foi o evangelista que recebeu os discípulos em sua casa após a morte de Jesus, a mesma para onde foi o Jesus ressuscitado e onde também o Espírito Santo desceu nos discípulos no Pentecostes. Os coptas ainda defendem que Marcos despejou a água que Jesus transformou em vinho.
Em 828 d.C., relíquias que se acredita serem de São Marcos foram roubadas em Alexandria por dois mercadores e levadas para Veneza, que tinha Teodorode Amásia como padroeiro. Uma basílica chamada Basílica de São Marcos foi construída para guardá-las. Há um mosaico nela mostrando os marinheiros cobrindo as relíquias com carne de porco para que os muçulmanos, senhores de Alexandria, impedidos de tocar nela, não inspecionassem a carga.
O coptas acreditam que a cabeça do santo permaneceu em Alexandria. Todos os anos, no trigésimo dia do mês de Paopi, a Igreja Ortodoxa Copta comemora a consagração da igreja de São Marcos e o aparecimento da cabeça do santo na cidade. Esta cerimônia ocorre na Catedral Ortodoxa Copta de São Marcos, onde o crânio está preservado.
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