O deputado holandês da extrema-direita Geert Wilders foi condenado nesta sexta-feira (09/12) por incitar a discriminação contra a comunidade marroquina do país, por meio de comentários preconceituosos que fez em março de 2015, durante as eleições locais. Wilders também estava sendo julgado por incitação ao ódio, mas foi absolvido.
Apesar do veredito, nenhuma pena foi atribuída pelo tribunal. O júri que condenou Wilders argumentou que a própria condenação já era uma pena suficiente para um político democraticamente eleito.
“A liberdade de expressão tem seus limites”, afirmou o tribunal holandês, em sentença simbólica contra o deputado.
A decisão foi divulgada três meses das eleições parlamentares na Holanda, nas quais o Partido pela Liberdade, de Wilders, se mantém à frente nas intenções de voto.
Agência Efe
Deputado Geert Wilders foi condenado nesta sexta-feira por tribunal holandês
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Durante as eleições locais holandesas, realizadas em março de 2015, Wilders perguntou aos frequentadores de seu comício se eles queriam mais ou menos marroquinos na Holanda, ao que a multidão respondeu “menos”. Em seguida, Wilder disse, sorrindo, que ele “cuidaria” disso caso fosse eleito. O então candidato também chamou os marroquinos de “lixo” durante entrevista a uma emissora local.
Histórico de comentários preconceituosos
Foi a primeira vez que Wilders foi condenado por suas opiniões abertas, embora não seja a primeira vez que o deputado enfrenta julgamento por seus comentários preconceituosos. Em 2011, o líder da extrema-direita queria propor um imposto para os “cabeças de toalha” (muçulmanos) e comparou o Corão (livro sagrado do islamismo) à autobiografia de Hitler, “Mein Kampf” (“Minha Luta”).
O político, que faz parte do Partido pela Liberdade (fundado por ele mesmo), foi absolvido desse primeiro caso, pois, segundo as autoridades, ele estava se referindo a uma religião e não a uma raça, o que não é considerado crime na Holanda.