Efe
CEO da rede social festeja abertura de capital de arrecadou mais de 19 bilhões de dólares; ações murcharam em 3 dias
Os milhares de investidores que participaram de uma das maiores aberturas de capital da história não estão “curtindo” o desempenho das ações do Facebook na bolsa de tecnologia dos EUA, a Nasdaq. Desde sua oferta pública inicial, na qual o valor de cada uma das frações foi fixado em 43 dólares, as cotações despencaram o equivalente a 28%, iniciando o pregão desta terça-feira (22/05) cotadas a pouco mais de 32 dólares.
Embora especialistas considerem normal essa reação do mercado financeiro aos novos ativos, poucos afirmam com tranquilidade que aplicariam suas reservas no capital da rede social.
Mark Zuckerberg, fundador e, agora, CEO do Facebook, conseguiu levantar mais de 19 bilhões de dólares para sua companhia com apenas cinco horas de estréia na Nasdaq. Contudo, ainda assim, é forte a hipótese de que tamanha demanda não passe de mero efeito de marketing.
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“O que eu considero anormal é uma companhia do porte da Petrobras com papeis cotados abaixo dos 20 reais; não o Facebook, que é uma empresa nova, ingressante no mercado financeiro”, argumenta Keyler Carvalho Rocha, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP.
Ele descartou que o desempenho do mais novo papel da Nasdaq seja algo frustrante. “O Facebook possui um grande marketing, uma grande força psicológica, mas resta agora encontrar uma forma de elevar faturamentos, que é o que o investidor quer: resultados na forma de dividendos”.
Questionado se aplicaria alguma de suas reservas no ativo, diz que certamente não, pois “as bolsas estão em baixa e o mercado está considerando mais inteligente comprar papeis mais consolidados e de maior liquidez”, os chamados blue chips.
Más escolhas
A agência Reuters consultou Barry Ritholtz, famoso estrategista financeiro dos EUA, sobre os recentes desdobramentos envolvendo papeis do Facebook em Wall Street. Crítico da maneira como a companhia decidiu abrir seu capital, ele enunciou uma série de “decisões ruins” adotadas pelos executivos de Mark Zuckerberg, tais quais a escolha do que considera “uma péssima bolsa” para negociações e “banqueiros ruins” para a gestão dos ativos.
David Rolfe, diretor da Wedgewood Partners, uma das maiores consultorias norte-americanas, também à agência Reuters, disse que o tempo vai revelar as reais proporções do Facebook. Isso porque “Wall Street é severamente criteriosa”, tanto que “vai querer analisar resultados trimestrais e ver metas sendo superadas e elevadas”.
Para carvalho, as quedas são absolutamente previsíveis, haja vista que “fixaram um preço inicial muito alto” para um mercado de atitudes conservadoras perante a turbulência de bolsas em queda.