Depois de percorrerem mais de 320 quilômetros a pé, percurso que levou três semanas, os indígenas bolivianos suspenderam nesta quarta-feira (21/7) o protesto ao aceitarem um acordo com o governo de Evo Morales, que atendeu as suas principais demandas.
O grupo, de quase mil homens, mulheres e crianças, parou sua caminhada em San Ramón, a 240 quilômetros de Santa Cruz, onde permanece à espera dos documentos firmados pelo governo e, em seguida darão início ao retorno às suas regiões de origem.
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O líder da etnia Tacaña, Manuel Duri Guayabo, afirmou que “no máximo amanhã pela tarde teremos que retornar, quando os documentos chegarem a todos os dirigentes”.
A marcha foi convocada pela Cidob (Confederação dos Povos Indígenas da Bolívia) e foi iniciada em junho em Trinidad, capital do departamento de Beni, chegando até San Ramón. O grupo pretendia ir a La Paz.
Entre outros, a Cidob exigia autonomia plena, direito a consulta para o aproveitamento dos recursos naturais em seus territórios, a maior representação no Legislativo e atenção para o desenvolvimento de suas regiões. Algumas das demandas foram incorporadas no quadro da Lei de Autonomias e Descentralização, promulgada na última segunda-feira (19/7) por Morales.
O presidente da entidade, Adolfo Chávez, informou que após receber os documentos firmados, “daremos por encerrado o diálogo e passaremos a outro tema, que seria a celebração pela Lei de Autonomias e pelos acordos”.
A medida, duramente criticada pela oposição, era a quinta e última das normas orgânicas previstas na Constituição aprovada em 2009 e que dão andamento ao projeto do governo de Morales, que visa instaurar um Estado Plurinacional.
Eleito pela primeira vez em 2005 e reeleito em 2009, Morales é também o primeiro governante indígena da Bolívia, onde 60% da população descendem de povos originários.
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