Autoridades de segurança do Irã anunciaram nesta quinta-feira (14/06) que conseguiram capturar “os principais elementos” suspeitos de terem sido contratados por Israel para espionar e assassinar cientistas do programa nuclear do país.
De acordo com o Ministério da Inteligência, diversos agentes do “regime sionista” já foram identificados e serão investigados pela morte dos pesquisadores Mostafa Ahmadi Roshan, no último mês de janeiro, e Majid Shariari, em 2010. Ambos pertenciam à cúpula de técnicos que gerencia o programa atômico iraniano.
Na breve nota, que foi distribuída às principais agências de notícias locais, não consta o número de presos da operação, muito menos seus nomes e nacionalidades. O ministério também não esclareceu a data dessas detenções e nem os locais onde ocorreram.
“Uma série de fortes e amplas operações de inteligência que começaram no ano passado após o assassinato do primeiro cientista nuclear conduziram à identificação de um grupo de agentes que recolhiam informações para o regime falso que comanda territórios ocupados [no Oriente Médio]”, diz o comunicado.
NULL
NULL
Os crimes
Em janeiro, um motociclista deixou uma bomba magnética no carro que Roshan, então vice-diretor da base nuclear de Natanz, estava utilizando. A explosão deixou ele e o motorista do veículo mortos. Em dois anos, esse foi o quinto caso de assassinato de um cientista nuclear iranianos, o que leva o governo a argumentar que há uma guerra encoberta contra seu programa de energia atômica.
Shariari, que era membro da Faculdade de Engenharia Nuclear da Universidade Shahid Beheshti, em Teerã, também foi morto após motociclistas instalarem bombas em seu automóvel em novembro de 2010. Fereidoun Abbasi-Davani, que assumiria logo em seguida o controle da Agência de Energia Nuclear do Irã, também se feriu com o ataque.
Além das perdas humanas, o programa nuclear iraniano também sofreu ataques digitas e ofensivas externas sobre sua plataforma de dados. Em 2010, computadores das bases atômicas foram contaminados pelo potente vírus Stuxnet, um malware projetado para sabotar os equipamentos de enriquecimento de combustível nuclear desenvolvidos pelo governo de Mahmoud Ahmadinejad.
Em maio, o país ordenou o enforcamento de Majid Jamali Fashi, jovem de 26 anos acusado por autoridades de segurança de ser o autor da morte de Masoud Ali-Mohammadi, físico assassinado em janeiro de 2010. De acordo com o governo, o réu havia confessado ter detonado uma bomba enquanto Ali-Mohammadi deixava sua casa para trabalhar.