Israel começou nesta terça-feira (13/08) a operação para libertar 26 prisioneiros palestinos, um dia antes da data prevista para a retomada das negociações de paz com a Palestina, em Jerusalém. A ação era uma exigência do acordo que assegurava o reinício do diálogo entre as duas partes.
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O governo iniciou a liberação após a Suprema Corte do país decidir contra uma petição feita por familiares de israelenses mortos por alguns dos prisioneiros pedindo que eles não fossem libertados. O grupo de três juízes considerou que o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu agiu corretamente, uma vez que os presos já cumpriram vários anos de pena.
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Dois ônibus com detentos deixaram a prisão de Ayalon, nas imediações de Tel Aviv. Um deles, com 14 pessoas, foi para a passagem de Erez, no norte da Faixa de Gaza, enquanto o outro se dirigiu para Ramallah, na Cisjordânia, localidades onde os prisioneiros moram.
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Uma autoridade israelense disse que os veículos nos quais os prisioneiros foram transportados tinham janelas seladas para prevenir a repetição das cenas em que palestinos libertados anteriormente fizeram sinais de “v” de vitória com as mãos.
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Em Israel, o desprezo pelos presos palestinos é forte, tendo se intensificado especialmente nos últimos dias, depois que foi lançada a lista de nomes dos libertados e a mídia local começou a apresentar relatos detalhados de seus ataques contra israelenses. Na Palestina, por outro lado, eles são considerados heróis na luta pela soberania.
Agência Efe
Ativistas israelenses protestam contra a libertação de palestinos nesta terça-feira
Os 26 presos que deixaram a cadeia hoje são os primeiros de um total de 104 que Israel se comprometeu a liberar dentro de um ano, no que chamou de um “ato de boa vontade”. Entretanto, grupos de direitos humanos dos prisioneiros palestinos afirmam que, após uma inspeção, o acordo não é a concessão que os israelenses divulgam que seja: a maioria dos detentos que estão sendo soltos já passaram 20 anos na prisão.
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O site do jornal Yedioth Ahronoth informou que ativistas israelenses de direita tentaram bloquear a passagem das caminhonetes nas quais estavam os prisioneiros para evitar sua libertação, mas foram dispersados pela polícia.
A liberação de prisioneiros era parte do acordo firmado entre Israel e Palestina e intermediado pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que hoje telefonou para Netanyahu para discutir a nova leva de assentamentos em territórios ocupados. Autoridades palestinas afirmaram que os anúncios israelenses “ameaçaram” os diálogos de paz.
Israel aprovou hoje mais de 900 novas unidades no assentamento ilegal perto da cidade de Beit Jala, além da construção 1200 casas nos territórios ocupados de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia, anunciada dois dias atrás.
Israelenses e palestinos não negociavam desde 2010, quando estes se retiraram do diálogo porque Benjamin Netanyahu se negou a renovar uma moratória que tinha declarado dez meses antes na construção de assentamentos.