O governo israelense minimizou nesta segunda-feira (03/12) as críticas de diversos países europeus decorrentes do anúncio de ampliação das colônias judaicas em território palestino ocupado.
“Temos muito boas relações com estes países. Estão criticando publicamente nossa decisão, sendo que também não estamos particularmente contentes com o voto dos mesmos na ONU”, declarou à Agência Efe o vice-porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Paul Hisrschon.
Em relação à decisão de Londres e Paris de convocar os embaixadores israelenses Daniel Taub e Yossi Gal, respectivamente, Hisrschon assegurou que chamar um embaixador para transmitir-lhe um protesto não deixa de ser “algo normal”, o que também foi citado pelo porta-voz da Chancelaria israelense, Yigal Palmor.
“Convocaram nossos embaixadores para protestar contra o anúncio de mais assentamentos. Obviamente, nós tínhamos advertido a comunidade internacional e os países europeus que a iniciativa palestina na ONU viola os acordos [de paz de Oslo] e que esse fato não ficaria sem consequências. Portanto, não deveriam estar surpreendidos”, declarou Palmor.
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Além de França e Reino Unido, a Rússia também pediu para que Israel revise a sua decisão. “A realização destes novos e amplos planos de assentamento repercutirá negativamente nos esforços de reatamento das negociações diretas encaminhadas a uma solução de dois Estados para o conflito palestino-israelense”, argumentou Moscou em uma nota.
O governo russo também lamentou o bloqueio, por Israel, das verbas destinadas à Palestina, pois tal fato “complicará ainda mais a já difícil situação econômica e humanitária dos territórios palestinos”.
O porta-voz israelenses, por sua vez, indicou que a Europa sabe que “Abu Mazen [o presidente palestino Mahmoud Abbas] rejeitou qualquer possibilidade de reiniciar o processo de paz e, por isso, deveriam pressioná-lo para que aceite reiniciar as negociações”.
O Ministério de Relações Exteriores “não tem nenhum temor” que haja uma deterioração nas relações com a Europa, nem que a União Europeia tome medidas de represália contra Israel, como suspender os acordos de associação especial e os de condições preferenciais de comércio.
“Não nos transmitiram nenhuma medida concreta”, afirmou Palmor, que acrescentou que “não se deve minimizar a gestão diplomática. É um protesto muito forte, mas que está dentro do marco de uma relação diplomática normal”.
(*) com agência Efe