Reunidos em Bruxelas neste domingo (12/07), os líderes do Eurogrupo apresentaram à Grécia uma lista de exigências como contraprosta à oferta que Atenas havia feito na quinta (09/07), pedindo por um terceiro empréstimo multibilionário para socorrer a crise. Ainda sem resolução final, os políticos seguem reunidos madrugada adentro para tentar chegar a um consenso sobre o caso.
Agência Efe
Como contraproposta à oferta grega, Eurogrupo apresentou lista de exigências à Grécia de Tsipras
Como reação às demandas dos países da zona do euro, usuários no Twitter criaram a hashtag #thisisacoup (“isto é um golpe”), criticando a rigidez das exigências.
No documento de quatro páginas, entregue ao premiê Alexis Tsipras, estão, entre outras exigêncais, as seguintes demandas:
• parlamento grego deve aprovar as reformas propostas por Tsipras até a próxima quarta-feira (15/07);
• reformas mais profundas e “ambiciosas” nas áreas de pensão e mercado de trabalho (mudanças no mecanismo de demissão coletiva);
• credores internacionais, trabalhando em Atenas, supervisionarão toda a elaboração da nova legislação;
• possível transferência de €50 bilhões em ativos gregos “valiosos”, passando às mãos fundos externos visando uma eventual privatização; e,
• se não se chegar a um acordo para o terceiro pacote de resgate, mudar o rumo das negociações dando à Grécia “uma pausa da eurozona”, com possível reestruturação da dívida.
O documento — classificado como “muito ruim” pelo governo grego — é resultado dos dois dias em que os ministros de Finanças do Eurogrupo estiveram reunidos, preparando as negociações, assumidas agora pelos chefes de Estado e de governo.
Autoridades ligadas ao gabinete do esquerdista Syriza chegaram a dizer, segundo a BBC, que as propostas foram pensadas para “humilhar” o governo grego.
Veja, em inglês, uma cópia do documento:
Here’s the full 4pg eurogroup document on #Greece, inc “time-out”, total amt needed (€82-6bn) & reform proposals pic.twitter.com/sKUpbykcBX
— Ed Conway (@EdConwaySky) 12 julho 2015
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Em seu blog, o Nobel da Economia Paul Krugman criticou duramente a proposta apresentada pelo Eurogrupo:
Isto [a lista do Eurogrupo] vai além de firmeza, é pura vendeta, completa destruição de soberania e sem esperanças de alívio. Isto é, presumivelmente, feita para ser uma proposta que a Grécia não pode aceitar. Mas, mesmo assim, é uma grotesca traição de tudo o que o projeto europeu foi pensado para representar.
Resposta de Tsipras
Embora ainda não haja uma posição final da reunião, o governo grego deu sinal de aceitar parte das exigências do Eurogrupo, mas apresenta contrapropostas.
Atenas rejeita qualquer tipo de envolvimento do FMI (Fundo Monetário Internacional) no terceiro empréstimo — o pedido da grécia foi de € 50 bilhões, mas a quantia ainda deve ser insuficiente. Além disso, quer uma posição mais clara sobre o estado da dívida e mais sinais de que o BCE (Banco Central Europeu) manterá ativa o mecanismo de “liquidez emergencial”, essencial para o funcionamento dos bancos gregos.