O Japão precisará investir pelo menos 50 trilhões de ienes (mais de 1,28 trilhão de reais) em energias renováveis até 2030 se decidir eliminar totalmente as centrais atômicas do país, segundo cálculos divulgados nesta terça-feira (04/09) pelo governo do país.
O estudo, apresentado hoje (04/09) em reunião sobre política energética e divulgado pela agência Kyodo, assinala também que a fatura elétrica dos lares quase duplicaria até 2030 caso todas as usinas nucleares fossem fechadas até esse ano.
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Dessa maneira, a fatura média mensal por lar passaria de 16,9 mil ienes (435 reais) em 2010 para mais de 32 mil em 2030 (832 reais).
O primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, insistiu que o governo trabalhará para que o país, terceira economia mundial, reduza sua dependência das usinas atômicas por causa da crise nuclear na central de Fukushima, provocada pelo tsunami de março de 2011.
Quase um ano e meio depois, a radioatividade mantém ainda deslocadas cerca de 52 mil pessoas em um raio de 20 quilômetros em torno da usina nuclear, enquanto a indústria, pecuária e pesca da região sofreram danos milionários.
O governo japonês está agora imerso na elaboração de um novo plano de energia que poderia estar concluído “no final desta semana ou no início da seguinte”, segundo indicou o ministro de Políticas Nacionais, Motohisa Furukawa.
Caso o Japão decidisse fechar todas suas plantas nucleares, seria necessário aumentar a geração de energia renovável dos 106 bilhões de quilowatts/hora de 2010 até 350 bilhões de quilowatts/hora em 2030, indica o estudo.
Se decidisse reduzir a dependência nuclear até apenas 15% (antes da crise de Fukushima, o Japão obtinha quase 30% de sua energia das usinas atômicas), seriam necessários 40 trilhões de ienes (1 trilhão de reais) para aumentar a geração de renováveis até 300 bilhões de quilowatts/hora.
Na atualidade o país mantém detidos por segurança ou revisões 48 de seus 50 reatores nucleares, o que obrigou a aumentar o ritmo das centrais térmicas e aumentou consideravelmente as importações de hidrocarbonetos.