Parlamentares japoneses começaram a se agredir nesta quinta-feira (17/09), durante a sessão de um comitê que deu sinal verde para que um pacote de leis de defesa fosse submetido à votação no Senado.
Agência Efe
Deputados entram em conflito contra lei que pode alterar a Constituição Pacifista do país
Criticada pelos opositores do primeiro-ministro, Shinzo Abe, a medida pretende permitir o envio de tropas japonesas para conflitos internacionais e dar mais poder para o Exército, colocando em xeque a Constituição pacifista adotada pela nação asiática no fim da Segunda Guerra Mundial.
Para a oposição, representada principalmente pelo PD (Partido Democrático), não houve um debate aprofundado acerca do projeto, que também gerou críticas e protestos da população japonesa nas últimas semanas.
“O partido no poder escuta a voz da população? Podem fazer tudo o que querem porque tem maioria. É assim que pensam?”, questionou o parlamentar Tetsuro Fukuyama à AFP.
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Apesar de uma série de moções de censura, a reforma acabou sendo aprovada e o Senado deverá votá-la nos próximos dias.
Desde 1945, o artigo 9º da Carta japonesa impede que o Exército recorra à força para resolver conflitos internacionais e não permite, portanto, que as tropas auxiliem operações de aliados ou atuem fora do território japonês.
Em abril de 2014, Tóquio aprovou uma norma que suspendeu a proibição de venda de armas ao exterior, após quase 50 anos de restrição.
Essas alterações fazem parte do projeto almejado por Shinzo Abe, principal entusiasta do princípio de “autodefesa coletiva”. Em diversas ocasiões, o chefe de governo argumentara que se trata de uma estratégia de segurança para o Japão, que vê como ameaça países como China, Coreia do Norte e Rússia.