Com boa aparência, o ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner deixou hoje (10) o hospital de Buenos Aires onde passou por uma cirurgia de emergência no domingo, após uma obstrução na artéria carótida direita. Na hora da alta, Kirchner ouviu dos médicos a recomendação de “diminuir o nível de estresse”.
“Estou muito bem, nota dez”, disse Kirchner aos jornalistas que aguardavam sua saída.
Uma hora e meia antes do previsto, o ex-presidente deixou a clínica Los Arcos, no bairro de Palermo, em um carro oficial. Vestido de camisa branca com listras azuis e uma jaqueta, o ex-presidente cumprimentou as pessoas que esperavam na saída da clínica e partiu rapidamente para a residência oficial de Olivos, nos arredores de Buenos Aires.
EFE/DyN
Kirchner recebeu recomendação de ficar longe de atos oficiais, mas a agenda política o pressiona
No domingo passado, Kirchner, de 59 anos, foi levado às pressas para o hospital, poucas horas após sofrer problemas de locomoção na perna esquerda e no braço esquerdo.
A equipe médica que realizou a cirurgia de remoção de uma placa ulcerosa na carótida disse que a operação foi um sucesso e estimou uma recuperação rápida para o ex-presidente.
Nesta terça-feira, por ter boa evolução, Kirchner saiu da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e foi levado para o quarto, onde ficou acompanhado o tempo todo pela esposa, a presidente Cristina Kirchner, e pelos filhos Máximo e Florencia. Além da família, aliados políticos do movimento peronista esperavam na porta do hospital com cartazes de apoio.
A imprensa argentina afirmou que Kirchner teria pedido aos médicos que o permitissem sair do hospital o mais rápido possível e que planejava viajar para a cidade de Calafate, na Patagônia, onde o casal tem um chalé.
Liderança peronista
Nas últimas horas, foi divulgado que os médicos querem que Kirchner passe os próximos dias afastado das atividades oficiais. No entanto, pessoas próximas ao ex-presidente disseram que ele continuará com os planos para reassumir o posto de líder do Partido Justicialista (PJ, peronista), daqui a exatamente um mês.
“Está tudo planejado para que ele reassuma em 10 de março”, confirmou o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli. No entanto, o cirurgião responsável, Víctor Caramutti, comentou que a afecção de Kirchner é “fruto da sociedade onde vivemos” e o aconselhou a “diminuir o nível de estresse”.
Não será fácil para Kirchner seguir o conselho. O ex-presidente é considerado o “homem forte do país” e o responsável final pelas decisões mais importantes do governo de sua mulher. Além disso, ele cogita concorrer para voltar à presidência nas eleições de 2011.
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