Yair Lapid, líder do partido centrista Yesh Atid, anunciou nesta quarta-feira (30/01) que apoia o nome do atual premiê Benjamin Netanyahu, do nacionalista de direita Likud, para chefiar o governo israelense pelos próximos quatro anos. O Yesh Atid foi o segundo partido mais votado nas eleições legislativas realizadas no último dia 22, com 19 assentos contra 31 do Likud-Beiteinu, e terá a segunda maior bancada do Knesset, Parlamento israelense, que abriga 120 representantes.
“No passado era costume realizar calorosas negociações antes de se declarar apoio a um primeiro-ministro”, declarou Lapid, após participar de uma reunião com o presidente Shimon Peres, na residência oficial da Presidência, em, Jerusalém.
Agência Efe (30/01/13)
Lapid conversa com Shimon Peres para formar novo governo israelense
“Desta vez não foi. Escrevemos em nossa plataforma que a pessoa que devia formar governo seria o líder do partido mais votado. Assim deixamos claro e esta é a recomendação que fizemos ao presidente. Trata-se de uma nova forma de fazer política”, disse.
Peres, na condição de chefe de Estado israelense, recebeu nesta quarta-feira os resultados oficiais das eleições e iniciou consultas com os grupos políticos. O objetivo será designar o candidato que terá a missão de constituir o próximo governo.
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Tudo indica que o atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, será o nomeado para formar uma coalizão governamental.
Amanhã, Peres concluirá suas consultas com os líderes dos grupos políticos que obtiveram representação parlamentar.
O Likud chegou a oferecer o cargo de ministro das Relações Exteriores a Lapid, segundo informou, durante a semana, o jornal nacionalista Yediot Aharonot. Se não quiser a chancelaria, segundo o jornal, Lapid poderia escolher o cargo de ministro de Tesouro. Mas Lapid estaria mais interessado nos Ministérios de Habitação e do Interior, de acordo com a campanha orientada para questões sociais de seu partido nas eleições.
O Yesh Atid foi formado há apenas nove meses. Lapid, seu idealizador, era um âncora da TV israelense.
Agência Efe (23/01/13)
Yair Lapid, líder do partido centrista Yesh Atid
Entre os demais partidos, o Trabalhista, centro-esquerda, assegurou 15 representantes. O extremista Casa Judaica, que ganhou notoriedade durante a campanha por sua associação com os colonos judeus, acabou com 11 assentos – muito menos do que o previsto nas pesquisas. O Shas, vinculado aos judeus ortodoxos, conquistou 12 assentos e o United Torah Judaism, seis. Nas correntes de centro, Hatnuah, da ex-líder do Kadima Tzipi Livni, assegurou seis representantes, enquanto o Kadima apenas duas.
Enquanto isso, os partidos do bloco antissionista conseguiram garantir 12 assentos: o Hadash ficou com quatro, o Balad com três e o Ta’al com cinco. Esse grupo não deve aderir a nenhuma aliança com os outros partidos, sobretudo por conta de seus posicionamentos quanto à questão palestina.