Assim que foi anunciada a decisão do Senado argentino, que aprovou na noite dessa quinta-feira (15/7) projeto de lei que autoriza o casamento gay, do lado de fora do prédio, cerca de cinco mil pessoas ligadas a movimentos sociais, de defesa dos direitos humanos e do movimento gay explodiram em comemoração.
Depois de mais de 14 horas de pesados debates, durante os quais milhares de argentinos protestaram em frente ao Congresso, a Casa aprovou a proposta por 33 votos contra 27, com três abstenções.
Leia mais:
Senado argentino aprova lei que autoriza casamento gay
Efe
Manifestantes aguardavam a decisão do Senado
A Comunidade Homossexual Argentina instalou em frente à sede do Legislativo uma tenda, de onde, por meio de autofalantes, difundia o debate que ocorria na casa. Finalmente, na madrugada, foi anunciada a aprovação da lei.
Pela Praça do Congresso passaram artistas como os cantores Kevin Johansen e Patrícia Sosa e políticos como o ministro da Economia, Amado Boudou, e o deputado do bloco Proyecto Sur Fabio Basteiro. Um dos apoios mais notórios foi do diretor de cinema espanhol Pedro Almodóvar.
A Central de Trabalhadores Argentinos (CTA), um dos movimentos presentes, disse dar “apoio pleno a modificação da lei, com objetivo de dar igualdade de direitos para casais do mesmo sexo” e assim, “terminar com a discriminação na injusta desigualdade medieval”, segundo o jornal Página 12.
Estavam presentes também famílias heterossexuais, dirigentes de organizações homossexuais do Movimento Socialista dos Trabalhadores, do movimento estudantil, de organizações de desempregados, entre outros. Três garotas usaram vestimentas características do grupo racista norte-americano Ku Kux Klan e portaram um cartaz que dizia: “É nisto que você se transforma quando discrimina”.
Efe
Além de músicas e bandeiras, alguns manifestantes se fantasiaram para apoiar a decisão
Igreja
O projeto de casamento entre pessoas de mesmo sexo dividiu a sociedade e provocou fortes polêmicas entre o governo de Cristina Kirchner e a Igreja Católica. A Igreja lançou na última semana uma forte ofensiva contra a lei e mobilizou na terça-feira milhares de fiéis para pressionar contra a aprovação.
A presidente, em visita oficial à China, se colocou à frente das demandas da minoria homossexual, apesar de o projeto ter sido uma iniciativa do opositor socialismo, e criticou a autoridade católica por convocar uma “guerra de Deus” contra o reconhecimento do casamento homossexual.
Antes de a lei ser votada, nove casais do mesmo sexo obtiveram desde dezembro passado permissões judiciais para contrair matrimônio por registro civil, alguns dos quais foram anulados por outros juízes, apesar de todos estarem em processo de apelação, inclusive na Suprema Corte.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL